“Abin paralela” monitorou ministros, congressistas, governador e jornalistas; veja lista
Operação da Polícia Federal cumpre cinco mandados de prisão nesta quinta-feira
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que espionagens ilegais com os sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro atingiram o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), diversos políticos e jornalistas.
Pela manhã, a PF deflagrou uma nova fase da operação que investiga o monitoramento de autoridades de forma ilegal e a produção de notícias falsas através de sistemas da Abin contra adversários políticos de Bolsonaro. Agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão.
Segundo a PF, integrantes dos Três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de fake news. Veja abaixo as autoridades supostamente monitoradas, com o outro lado:
Poder Judiciário (STF)
- Alexandre de Moraes: não vai comentar.
- Dias Toffoli: não vai comentar.
- Luís Roberto Barroso: não vai comentar.
- Luiz Fux: não vai comentar.
Poder Legislativo
- Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados: não se pronunciou.
- Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados: não se pronunciou.
- Kim Kataguiri, deputado federal: “Mais uma prova do aparelhamento criado pelo governo Bolsonaro nas instituições para perseguir seus adversários políticos. Eles que agora se dizem vítimas da perseguição do PT não pensaram duas vezes em fazer o mesmo quando estiveram no poder. Irei tomar as medidas judiciais cabíveis e essa perseguição contra mim e meus assessores não ficará impune”
- Joice Hasselmann, ex-deputada federal: não se pronunciou.
- Alessandro Vieira, senador: “A operação de hoje da PF mostra que fui vítima de espionagem criminosa e ataques on-line praticados por bandidos alojados no poder no governo passado. Isso é típico de governos ditatoriais. O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos”.
- Omar Aziz, senador: não se pronunciou.
- Renan Calheiros, senador: não se pronunciou.
- Randolfe Rodrigues, senador: “A violação dos direitos fundamentais à vida privada, à honra e ao sigilo pessoal remetem às páginas mais autoritárias e obscuras da história do Brasil e da humanidade. Quaisquer indícios de violações a tais direitos devem ser rigorosamente apurados e punidos. Tem significado de diagnóstico o fato de que, além do meu monitoramento pessoal, os demais colegas, Omar Aziz e Renan Calheiros, também foram monitorados. Juntos, dirigíamos a CPI da Covid, o que confere tons de tragédia ainda maior à situação. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior se preocupava em espionar a vida dos que investigavam as razões do genocídio em curso.”.
Poder Executivo
- João Doria, ex-governador de São Paulo: não se pronunciou.
- Hugo Ferreira Netto Loss, servidor do Ibama: não se pronunciou.
- Roberto Cabral Borges, servidor do Ibama: não se pronunciou.
- Christiano José Paes Leme Botelho, auditor da Receita Federal: não se pronunciou.
- Cleber Homen da Silva, auditor da Receita Federal: não se pronunciou.
- José Pereira de Barros Neto, auditor da Receita Federal: não se pronunciou.
Jornalistas
- Mônica Bergamo: “Ainda tentando entender como fui monitorada.”
- Vera Magalhães: não se pronunciou.
- Luiza Alves Bandeira: não se pronunciou.
- Pedro Cesar Batista: não se pronunciou.
Fonte: CNN