Adolescente é detido ao tentar realizar ataque com faca em escola do Rio
Adolescente de 15 anos foi imobilizado por funcionários da unidade na Zona Sul; nesta ação, o agressor se feriu na cabeça, sem gravidade
O horror dos ataques a escolas que, até então, parecia apagado da realidade brasileira agora mancha cadeiras com sangue. Na tarde desta terça-feira, 28, um menor de 15 anos de idade foi apreendido pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM) após tentar esfaquear colegas de sala na Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. De acordo com a PM, apenas o agressor ficou ferido, quando foi imobilizado pelos agentes. Ele foi levado ao Hospital Miguel Couto para tratar cortes que teve no corpo.
O corpo de Bombeiros informou que foi acionado por volta das 14h30 para atender a um caso de agressão por arma branca. Segundo apurou VEJA com a corporação, uma colega de classe do menor teria sido levada ao Instituto Médico Legal para verificar um possível ferimento, que a corporação afirma ser superficial. A diretora foi o primeiro alvo do menor, mas conseguiu sair ilesa. Na sequência, ele se dirigiu a uma sala e tentou atacar uma aluna, quando foi contido rapidamente por ela e outros profissionais da escola
O adolescente responsável pelo atentado foi levado à delegacia da Gávea, a 15ª DP e será levado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, para ter audiência com um juiz. O agressor vai responder por “fato análogo à tentativa de homicídio”, anotação que se somará ao registro de injúria racial contra um professor de escola em Ipanema em sua ficha da polícia, motivo que o fez migrar para a escola Manoel Cícero, há alguns meses.
Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação, em passagem na escola, afirmou que a diretora notou comportamento atípico no adolescente. “Após perceber um comportamento estranho, a diretora o abordou. Foi quando ele puxou a faca em direção aos alunos da sala. A diretora conseguiu evitar que ele ferisse alguém”, escreveu o político, prometendo que a escola será atendida com psicólogos e assistentes sociais, para ajudar os alunos a lideram com o trauma do atentado.
Esse é o décimo ataque desde 2011, quando um ex-aluno da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, matou 12 pessoas, feriu outras dez e se matou. À época, as investigações mostraram que Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, agiu sozinho. Sob preceitos confusos – e com influência de ideais radicais islâmicos, planejou seu ataque. Década depois, os atentados a escolas começaram a ficar cada vez mais recorrentes no calendário da história do país.
Desta vez, com muito mais ação da internet e seus grupos – milhares – onde adolescentes são expostos a conteúdos extremistas. Nesses fóruns nazistas da internet, estudantes sem uma ética completamente moldada são impulsionados a não somente matar seus colegas, familiares e professores, como também transmitir seus atos em live stream para que outros se divirtam com assassinatos a sangue frio.
Embora o ataque no estado do Rio ainda não tenha suas motivações reveladas, uma consequência desses “chans” – fóruns extremistas onde é permitido publicar conteúdos nazistas, racistas, pedófilos, etc – foi o ataque realizado por um aluno na segunda-feira, 27, a uma escola em São Paulo. Na ocasião, uma professora morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas.