Arrecadação soma R$ 231 bi em julho, maior valor da história para o mês

Arrecadação soma R$ 231 bi em julho, maior valor da história para o mês
Reprodução

A arrecadação do governo federal com impostos e contribuições totalizou R$ 231 bilhões em julho, segundo dados apresentados nesta quinta-feira (22) pela Receita Federal. O valor é o maior nominal de toda a série histórica, iniciada em 1994.

Como foi a arrecadação

Governo federal arrecada R$ 231,04 bilhões em julho. O valor é o maior para o mês em 30 anos e o segundo maior de 2024, atrás apenas de janeiro (R$ 280,6 bilhões). Até então, o recorde havia sido registrado em 2022, quando a arrecadação de julho somou R$ 202,6 bilhões.

O resultado representa um crescimento real de 9,55%. A variação desconta a inflação sobre o desempenho de julho do ano passado (R$ 201,8 bilhões), mostram os dados do Fisco. Na comparação nominal, a alta foi de 14,5%.

Dado mantém evolução positiva da arrecadação federal. No primeiro semestre, o embolso de R$ 1,3 trilhão do governo superou em 13,4% o resultado obtido no mesmo intervalo do ano passado e também representou a maior arrecadação da história para o período. A variação corresponde a uma alta real de 9% na comparação com 2023.

No acumulado do ano, arrecadação totaliza R$ 1,5 trilhão. O valor corresponde a um acréscimo real de 9,15% ante o intervalo entre janeiro de julho do ano passado, quando os embolsos do governo com impostos alcançaram R$ 1,45 trilhão.

Recordes não impediram cortes para cumprimento das regras fiscais. O governo anunciou recentemente o congelamento de R$ 15 bilhões para cumprir com as normas do arcabouço fiscal. Para Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, o assunto é "fiscal" e será consolidado no próximo relatório de avaliação do Fisco. "O desempenho da arrecadação contribui para reduzir a diferença entre aquilo que foi projetado pelo último relatório de avaliação e aquilo que efetivamente se realizou", afirma ao explicar a possibilidade contenção dos gastos.

O que explica a alta


Fisco cita as variáveis macroeconômicas como determinantes. Ao justificar o aumento da arrecadação, a Receita menciona o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, a tributação dos fundos exclusivos e a atualização de bens e direitos no exterior.

Alta seria menor sem a consideração dos "pagamentos atípicos". Segundo os cálculos da Receita Federal, haveria um crescimento real de 6,77% na arrecadação do período acumulado e de 8,28% na arrecadação do mês de julho sem as cobranças pontuais.

Melhora da atividade econômica ajuda a explicar arrecadação. O crescimento da produção industrial (+5,6%), das vendas de bens (+2%) das vendas de serviços (+1,3%) são citados como contribuintes para o desempenho arrecadatório.

Esses indicadores refletem diretamente no desempenho dos tributos vinculados ao faturamento das empresas.
Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal

Massa salarial e valor das importações também crescem em julho. Conforma os valores, as análises tiveram aumento de, respectivamente, 16% e 0,37% no mês. "Sempre que há um desempenho satisfatório da produção industrial, ele vem atrelado ao aumento das importações", explica Maquias.

Fonte: Uol