Billie Eilish transforma músicas intimistas em hinos para multidão e faz show arrebatador no Lolla
Billie Eilish se apresenta como atração principal encerrando o primeiro dia do Lollapalooza 2023, em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1
Com cara ameaçadora, postura imponente e a multidão na mão, Billie Eilish estreou no Brasil na noite desta sexta-feira (24). O show principal da 1ª noite do Lollapalooza 2023, no Autódromo de Interlagos, foi suficiente para mostrar que ela é a principal cantora de sua geração.
A cantora de 21 anos promoveu uma expansão: músicas originalmente intimistas e sussurradas, que pareciam feitas para o fone de ouvido, ficaram gigantes no Autódromo, com a ajuda do coro dos fãs desde o início, em "Bury a friend".
Billie Eilish foi acompanhada de só dois músicos no palco. Eles tocaram bateria, teclado e alguns instrumentos. Grande parte das bases é eletrônica e pré-gravada. Mas também há partes acústicas. Assim como a cantora, eles passaram bem por tudo, de folk a trip-hop.
Um dos acompanhantes foi seu irmão, Finneas, que cria músicas com ela desde quando Billie tinha 13 anos de idade e começou a gravar no quarto de casa.
Como a maioria das músicas é feita com arranjos de vozes sobrepostas, é impossível não ter playback no show. Mas a voz principal parecia ser quase sempre de Billie ao vivo.
Uma prova da força desse vocal foi quando Finneas foi ao seu lado e os dois tocaram, só com voz e violão, as baladas "I love you", "Your power" e "TV", com um mar de luzinhas de celular na plateia. Foi um encontro fofo de irmãos - e também uma das parcerias mais afiadas do pop atual.
Billie Eilish começa aguardado show no Lolla 2023 com 'Bury a friend'
Bossa-nova e protesto ambiental
"Billie Bossa Nova", do álbum mais recente, apareceu um pouco antes da metade do show. A música faz referência ao estilo brasileiro, com um violão que lembra de longe o original carioca. Ela abraçou uma bandeira do Brasil e disse: "Essa música é por causa de vocês". Uma pena que o telão mostrava dançarinos de tango.
Mais tarde, em "All the good girls go to hell", o telão mostrou imagens de desastres ambientais e de protestos, inclusive em português. Um deles dizia que "se a floresta queima, todo mundo queima junto". Outros pediam o voto dos jovens pelo socioambiental e lembravam a morte de ativistas no Brasil.
"You should see me in a crown" é uma das cenas impressionantes. No meio da música, Billie parou tudo e pediu para o público fazer seu enorme coro. A ameaça da letra (sobre o poder que teria a adolescente de coroa) virou fato consumado, prova da sua força.
Bilie também usou o poder sobre o público de formas manjadas. Em, "Oxytocin", ela exigiu que todos se abaixassem e pulassem juntos. Em "Everything I Wanted", pediu para os fãs se abraçarem. Mais cedo e mais tarde, rolaram coros de "Billie, eu te amo".
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Por: CNN