Bolsa menor que um grão de sal é vendida por mais de R$ 300 mil
Objeto microscópico foi criado pelo coletivo artístico MSCHF, conhecido por criar peças que "zombam" do consumismo
Uma bolsa minúscula medindo apenas 657 por 222 por 700 mícrons (ou menos de 0,0762 centímetros de largura) foi vendida por mais de US$ 63 mil (ou mais de R$ 300 mil) em um leilão online na quarta-feira (28).
Quase invisível ao olho humano, a bolsa verde-amarelada fluorescente é baseada em um design popular da Louis Vuitton –embora seja obra de um coletivo de arte de Nova York, não da própria marca de luxo.
Quase invisível ao olho humano, a bolsa verde-amarelada fluorescente é baseada em um design popular da Louis Vuitton –embora seja obra de um coletivo de arte de Nova York, não da própria marca de luxo.
Apelidando sua criação diminuta de “Bolsa Microscópica”, o grupo MSCHF do Brooklyn afirma que a bolsa é estreita o suficiente para passar pelo buraco de uma agulha e é menor que um grão de sal marinho.
O objeto foi feito usando polimerização de dois fótons, uma tecnologia de fabricação usada para imprimir peças de plástico em microescala em 3D. Foi vendido junto com um microscópio equipado com um visor digital através do qual a bolsa pode ser visualizada.
Uma foto promocional mostra o design com mais detalhes, revelando o monograma “LV” exclusivo da Louis Vuitton. A bolsa parece ser baseada na bolsa OnTheGo da marca francesa, que atualmente é vendida em tamanho real por entre US$ 3.100 e US$ 4.300 (ou R$ 15 mil e R$ 21 mil).
A venda foi organizada pela Joopiter, uma casa de leilões online fundada pelo músico, produtor musical e designer americano Pharrell Williams. Embora Williams atualmente atue como diretor criativo de moda masculina da Louis Vuitton, o chefe criativo da MSCHF, Kevin Wiesner, disse anteriormente ao “New York Times” que o coletivo não pediu permissão a ele ou à grife francesa para usar seu logotipo ou design.
“Pharrell adora chapéus grandes, então fizemos uma bolsa incrivelmente pequena para ele”, disse ele ao jornal.
Fundado em 2016, o MSCHF ganhou as manchetes com seus chamados “drops”, projetos de arte irreverentes que muitas vezes zombam –enquanto lucram– do capitalismo de consumo.
O grupo foi infamemente processado pela Nike por causa de seus “Satan Shoes”, uma série de 666 pares de tênis Nike modificados com símbolos satânicos e gotas de sangue humano real. A disputa acabou sendo resolvida fora do tribunal.
Conhecido por provocar o mundo da arte por seus excessos – seja vendendo desenhos forjados de Andy Warhol ou cortando pinturas de Damian Hirst –o coletivo também voltou sua atenção para a moda de luxo.
Em 2021, o grupo rasgou quatro bolsas Birkin para criar sandálias (apelidadas de “Birkinstocks”) que custavam mais de R$ 366 mil o par. Mais recentemente, suas botas de borracha caricaturais, conhecidas como “Big Red Boots”, se tornaram uma sensação viral depois de serem usadas por estrelas como Doja Cat, Iggy Azalea e Janelle Monáe.
Antes da venda desta semana, a MSCHF se recusou a responder às perguntas da CNN sobre a criação de sua bolsa. No entanto, uma declaração publicada junto com a listagem do leilão afirmou que o amor da indústria da moda por bolsas pequenas as tornou “cada vez mais abstratas” a ponto de o acessório ser “puramente um símbolo da marca”.
“As pequenas bolsas de couro anteriores ainda exigiam uma mão para carregá-las – elas se tornam disfuncionais, inconvenientes para o ‘usuário’”, acrescentou o comunicado. “’Microscopic Handbag’ leva isso à sua conclusão lógica completa. Um objeto prático é reduzido a joias, toda a sua suposta função evaporada; para objetos de luxo, a usabilidade é a parte dos anjos”.
Por: CNN