Bovespa fecha em queda forte; Petrobras cai mais de 7% após Bolsonaro criticar política de preços

Nesta segunda-feira, o principal índice da bolsa caiu 2,52%, a 111.593 pontos.

Bovespa fecha em queda forte; Petrobras cai mais de 7% após Bolsonaro criticar política de preços
Foto: Reprodução

O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta segunda-feira (7), em sessão mais uma vez pautada por temores globais de estagflação decorrentes do conflito na Ucrânia.

O Ibovespa recuou 2,52%, a 111.593 pontos. Veja mais cotações.

Das ações com maior importância no índice, Petrobras era destaque de queda. Os papéis recuaram mais que 7% depois que o presidente Jair Bolsonaro criticou a política de preços da estatal e afirmou que discutiria ainda nesta segunda medidas para conter a alta para o consumidor.

Na sexta-feira, a bolsa havia fechado em queda de 0,60%, aos 114.474 pontos. Com o resultado de hoje, acumulou uma queda de 1,37% no mês. No ano, o Ibovespa sobe 6,46%.

Ainda no pregão desta segunda, o dólar fechou praticamente estável, aos R$ 5,07. No ano, a moeda americana acumula queda de 8,90%.

Cenário

No exterior, as bolsas sofreram com a possível proibição de importações de petróleo da Rússia, que elevou os preços da commodity e alimentou preocupações com a alta da inflação.

Em Wall Street, o índice S&P 500 fechou em queda de 2,95%, a 4.201,09 pontos. O Dow Jones caiu 2,37%, a 32.817,38 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 3,62%, a 12.830,96 pontos.

As bolsas europeias também tiveram uma sessão de perdas acentuadas. O índice pan-europeu STOXX 600 reduziu perdas de cerca de 3% durante os negócios e fechou em queda de 1,10%, a 417,13 pontos, mínima em quase um ano.

O FTSE 100 de Londres, que tem foco em commodities, foi o que menos perdeu, com queda de 0,4%. Os alemão DAX e italiano MIB caíram 2,0% e 1,4%, respectivamente, no dia.

Os preços do petróleo chegaram perto de US$ 140 nesta segunda-feira, depois que a Casa Branca afirmou que estava discutindo com outros países uma proibição da importação de petróleo russo. A guerra na Ucrânia tem provocado uma escalada nos preços das commodities e da energia, elevando os temores de um aumento da inflação global.

A Rússia é o principal exportador mundial de petróleo e produtos petrolíferos combinados, com exportações de cerca de 7 milhões de bpd, ou 7% do fornecimento global. Analistas do Bank of America disseram que, se a maior parte das exportações de petróleo da Rússia fosse cortada, poderia haver um déficit de 5 milhões de barris por dia (bpd) ou mais, e isso significa que os preços do petróleo poderiam atingir os US$ 200.

No fim de semana, Visa, Mastercard, PayPal, FedEx, Airbnb, Inditex, American Express, TikTok, PwC, KPMG e Netflix engrossaram a lista de empresas que estão suspendendo as operações na Rússia em meio aos conflitos com a Ucrânia.

A Shell reafirmou que interrompeu a maior parte de suas atividades que envolvem o petróleo russo, mas ressaltou que segue adquirindo a commodity e outros derivados para algumas refinarias e plantas químicas “para garantir a produção de combustíveis e produtos essenciais dos quais as pessoas e as empresas dependem todos os dias”.

Projeções para o Brasil

Os economistas do mercado financeiro elevaram pela oitava semana seguida a estimativa de inflação para 2022 e também passaram a projetar uma alta maior do nível de atividade neste ano.

Para o IPCA, a expectativa dos analistas dos bancos subiu de 5,60% para 5,65% em 2022. Já a previsão para alta do PIB avançou para 0,42%.

O mercado manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia em 12,25% ao ano para o fim de 2022. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano.

A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,50 para R$ 5,40. Para o fim de 2023, caiu de R$ 5,31 para R$ 5,30 por dólar.

Fonte: G1