Os casos de dengue no Brasil podem atingir um número recorde em 2024 e chegar a 4,2 milhões, segundo informou nesta sexta-feira (9) a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. No ano passado, foram 1,6 milhão.
Contexto: Até agora, o país já registrou mais de 395 mil casos (prováveis e confirmados) de dengue, com 53 mortes confirmadas. No mesmo período de 2023, haviam sido registrados pouco mais de 93 mil casos.
"A estimativa do Ministério da Saúde é que a gente chegue a 4,2 milhões de casos. Nós nunca chegamos a esse número. Por isso, a preocupação e também pela pressão que isso pode acontecer no serviço de saúde."
— Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde
Segundo a secretária, até o final de março, serão cobertas todas as 521 cidades selecionadas para essa primeira etapa.
"Nós estamos vendo uma antecipação dos casos que nós ainda não tínhamos visto nas últimas epidemias de dengue. Em geral, há um crescimento de casos no final de março e começo de abril. Nós começamos a ver o crescimento dos casos [neste ano] já em janeiro."
— Ethel Maciel
Ela explicou que uma preocupação na hora de definir os critérios de prioridade dos municípios que receberão mais doses foi, além da população acima de 100 mil habitantes, a circulação maior do sorotipo 2, que pode causar um tipo mais grave da doença.
No primeiro lote de vacinas, serão distribuídas 752.184 doses. Confira abaixo as 10 cidades que mais receberão doses agora.
Além do DF, o primeiro lote será entregue a nove estados:
- Goiás
- Bahia
- Acre
- Paraíba
- Rio Grande do Norte
- Mato Grosso do Sul
- Amazonas
- São Paulo
- Maranhão
A representante do Ministério da Saúde afirmou ainda que "o perfil do mosquito também mudou, com circulação ao longo de todo o dia, e não apenas no começo da manhã e fim da tarde como tradicionalmente acontece".
Crianças terão prioridade
Vacina Qdenga protege contra quatro sorotipos da doença — Foto: Clinica Vaccinate/Divulgação
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses. Por isso, o governo teve que estabelecer critérios de priorização de público-alvo e municípios que receberiam as doses da vacina.
Ainda de acordo com a pasta, a "escolha pelo início da imunização nas crianças de 10 a 11 anos também é baseada no maior índice de hospitalização por dengue dentro da faixa etária de 10 a 14 anos".
Fonte: G1