Brasil tem quase 50 mil carros parados em portos por greve no Ibama
Ibama diz estar dentro do prazo para liberar a licença de importação
Um dos impactos da greve dos trabalhadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) é a paralisação de veículos em portos de todo o Brasil. De acordo com a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 47 mil carros de diversas marcas aguardam a liberação da licença de importação.
Em contato com Autoesporte, o Ibama alegou que estão respeitando os prazos para a autorização ambiental. O prazo médio que o Ibama realiza a análise de licenças é de 20 dias corridos após o registro dos lotes. Entretanto, este período é menor que o prazo legal previsto na Portaria Secex n°249/2023, que é de 60 dias.
Porto de Vitória, no Espírito Santo — Foto: Sindicato dos Operadores Portuários
Outra questão apontada pelo órgão é que o acúmulo se justifica também por conta do embarque antecipado dos veículos sem a autorização de venda prévia. Decisão, aliás, das próprias fabricantes. Ademais, ressalta que as empresas devem trazer mercadorias ao país apenas após o deferimento da licença de importação.
Mercado oscila
Por conta da greve parcial, as vendas de modelos importados no país já registram flutuações. O Volkswagen Taos, que tem produção em General Pacheco (Argentina), sofreu uma queda significativa de emplacamentos desde o início de 2024. Em janeiro, por exemplo, foram 1.094 unidades vendidas. Já em abril, o número caiu para 795 (dados da Fenabrave).
À Autoesporte, a Volkswagen confirmou que o volume de veículos parados nos portos brasileiros vem aumentando de forma significativa. Ademais, disse que está sendo fortemente impactada pela greve.
Outro modelo que também sofreu com o impacto foi a Fiat Titano, produzida em Motevidéu (Uruguai). As concessionárias reclamam que o modelo não está chegando aos estoques, tanto que emplacou apenas 43 unidades em abril.
Procurada pela redação, a Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, informou que está aguardando a liberação dos documentos para os carros serem vendidos no país.
A BMW informou que tem enfrentado demora no deferimento de algumas licenças e que esse assunto é de extrema relevância para sua operação no Brasil. Já as chinesas, BYD e GWM, não registram problemas inicialmente. A Toyota, por fim, afirmou que monitora os impactos e não falou mais sobre o assunto.
Greve começou em janeiro
A greve dos trabalhadores do Ibama já dura quatro meses. Os funcionários reivindicam novos planos de carreira, aumentos salariais e a melhoria de condições de trabalho. Além do setor automotivo, a greve do Ibama afeta empresas dos ramos de energia, óleo e gás. O órgão também é responsável por emitir licenças ambientais para a construção de novos empreendimentos.
Fonte: Auto Esporte