Brasileira diz que foi constrangida por roupa usada no Vaticano: 'Choque'
A empresária Julia Vieira está repensando a relação com a própria religião após ter passado por uma situação de constrangimento no Vaticano. Dona de uma marca de roupas em Santos, no litoral de São Paulo, Julia viajou para o país no final de janeiro e
O caso ocorreu no dia 30 de janeiro e fez com que ela adiantasse a passagem e retornasse ao Brasil um dia antes do programado."Estava todo mundo tirando fotos, algo normal, inclusive um segurança perguntou para mim se queria que ele tirasse uma foto minha, mas eu disse que não e continuei andando", relembra. Julia afirma que, ao chegar próximo de um local onde uma missa estava sendo realizada, um segurança se aproximou para dizer que ela não estava"vestida adequadamente para um lugar de missa".
Julia disse que passou pelo controle de segurança antes de entrar na basílica e não foi barrada pelas vestimentasImagem: Arquivo pessoalPassei por nove seguranças. Ninguém me barrou. Quando eu estava lá dentro, próximo deste local, tinham mais pessoas e eu percebi alguns olhares. Eu me afastei um pouco e, não demorou muito, o segurança me falou isso. Acho que deve ter tido de influência de alguém ali, que a pessoa foi reclamar para o segurança.
Julia disse que então resolveu se retirar do local por ficar"em choque" com a situação."Sou católica, fui batizada, fiz a primeira comunhão. Hoje não frequento tanto como antes, mas não deixo de exercer minha fé. Quando não dá para ir à missa, acendo uma vela.
Eu não estava vulgar, eu acho que estava adequada. Em nenhum momento quis desrespeitar a religião católica. Eu estava normal, tanto que eu passei pelo controle de segurança. Se fosse uma coisa absurda, não teria passado.
Ela conta que relatou a situação nas redes sociais, onde possui cerca de 30 mil seguidores. A história foi republicada em diversos sites internacionais e ela acabou virando alvo de ataques."Eu perdi a admiração [pelo catolicismo]. Eu vejo que as pessoas fazem um ataque, mas não olham para elas. Às vezes elas fazem coisas piores, mas elas estão ali, atacando. Eu perdi o encanto. Uma pessoa que entra numa rede social para agredir outra pessoa com palavras de baixo calão pode se dizer católica? Pra mim não é. São fanáticos que dizem ser católicos e não tem nada para fazer na vida."
Uma publicação compartilhada por JuVieira (@jujuvieira_oficial)Julia diz que essa foi a primeira vez que enfrentou problemas com a roupa em uma Igreja."Se eu tivesse passado ia ser uma única vez, não ia dar oportunidade para acontecer novamente. Hoje quando eu for visitar uma igreja eu vou totalmente coberta, dos pés à cabeça", diz."Mas, no momento, não penso em visitar outras. Eu quero conhecer novas religiões. Não tenho mais vontade de ir à missa. É uma situação chata, você fica sem acreditar."
No site da basílica de São Pedro há uma indicação sobre a vestimenta que mulheres devem utilizar para visitar o local."A Cidade do Vaticano segue os mesmos padrões de modéstia para homens e mulheres. No entanto, existem algumas ocasiões em que as mulheres devem aderir a um código de vestimenta específico. De acordo com o Código de Vestuário da Basílica de São Pedro, as mulheres não podem usar tops sem mangas, tops curtos ou camisas justas. Os ombros devem ser cobertos e, se estiver usando saia ou vestido, deve cobrir os joelhos."
Look escolhido pela Empresária Julia Vieira
O site ainda indica que é"é uma boa ideia que as mulheres tragam um xale e um par de leggings ao visitar durante os meses mais frios, bem como uma jaqueta leve que pode ser enrolada em uma bolsa pequena."O caso de Julia chegou à imprensa internacional, virando notícia em tabloides como o Daily Star, mas o Vaticano não comentou o caso.
Créditos: headtopcs e UOL noticias