Brasileira do UFC é a 1ª campeã da Guerra de Travesseiros e conta como foi o torneio: 'Fraturei até um dedo'
A brasileira Istela Nunes fez história nos Estados Unidos. No último sábado, 29 de janeiro, ela venceu o 1º Campeonato Profissional de Guerra de Travesseiros (Pillow Fighting Championship, a PFC) realizado em Boca Raton, no estado da Flórida (EUA).
O torneio, organizado pela PFC, reuniu 16 homens e 8 mulheres, quase todos treinados em artes marciais, e transformou a brincadeira infantil em um esporte profissional com uma boa premiação financeira: 5 mil dólares para cada campeão, cerca de R$ 26,7 mil.
Mas quem é a brasileira campeã?
Nascida em José da Penha, interior do Rio Grande do Norte, Istela é lutadora de MMA e estreou no Ultimate Fighting Championship (UFC) em outubro do ano passado com uma derrota para a também brasileira Ariane Sorriso. No entanto, na "nova modalidade", debutou com o título.
Treinando na Flórida com o American Top Team desde então, Istela Nunes conquistou o cinturão do novo esporte de combate de uma maneira surpreendente. Ela derrotou a americana Kendahl Voelker na final, mesmo sem ter tido tempo para se preparar. O convite surgiu dois dias antes do torneio.
“Parece ser uma coisa boba (a guerra de travesseiro), parece realmente ser uma brincadeira, mas é bem sério. Eu não treinei 'travesseirada'. Eu continuei normal no meu foco de treino, mas é um gás diferente porque cansa muito. Tem que ter muita resistência, mas eu já vinha treinando, então eu tirei de letra. Eu treino todos os dias, já estou em preparação para uma luta, então eu só fui lá dar 'travesseirada'.”
Istela Nunes, que luta na categoria peso palha no UFC, venceu o 1º Campeonato Profissional de Guerra de Travesseiros
Apesar de não tido muito tempo para se preparar, Istela resgatou algumas experiências na infância para vencer a Guerra de Travesseiros:
“Já brinquei muito com irmão e ele até postou no Instagram. ‘Essa aí foi eu quem ensinei’. Há uns dois finais de semana atrás, eu estava no sítio com minhas amigas. E nós estávamos brincando com as crianças de guerra de travesseiro. Eu mal sabia que semanas depois eu ia participar de um campeonato.”
Istela Nunes foi campeã do 1º Campeonato Profissional de Guerra de Travesseiros nos Estados Unidos
Istela Nunes ainda revelou que é difícil 'esquecer hábitos' do MMA:
“Parece brincadeira, mas é sério. Uma hora ou outra, você dá um soco, escapa uma cotovelada. Eu tomei uma cotovelada na boca. Eu dei um soco, e o cara (árbitro) até falou: ‘Eu sei que é difícil, mas tenta não usar o 'punch' ou o jab (tipos de soco)'. Aí eu falei está ok, foi sem querer.”
A lutadora não é a primeira representante do Brasil que viraliza após se arriscar em uma modalidade curiosa. Zuluzinho, ícone do MMA brasileiro na época do Pride, se aventurou em um Campeonato de Tapa na Cara e levou um 'nocaute'.
Istela prefere seguir no MMA e, no máximo, uma guerra de travesseiros:
“Eu vejo os campeonatos de Tapa na Cara, é pesado, tapa na cara é muito sinistro. É pior que um soco. Deixa eu tomar soco mesmo.”
A potiguar ainda contou que é uma grande apaixonada por esporte, independente de qual seja, e elogiou a atitude de Whindersson Nunes ao enfrentar Popó no boxe:
“Cara, eu sou a favor do esporte independente de quem seja. O Whindersson é muito maneiro como pessoa, como ser humano. Eu acho que ele usou o esporte a favor dele, como recuperação. Então, se isso fez bem para ele, quem sou eu para falar que é ruim ou foi péssimo porque ele é humorista. Ele se mostrou um grande lutador. Ele mandou muito bem na luta e não foi nocauteado. Ele ficou ali até o final. Não foi uma luta armada. Eu espero que outras pessoas tomem isso como um incentivo e procurem o esporte porque ajuda a gente a melhorar como ser humano, a tirar a gente do fundo do poço.”
Créditos: ESPN