Caminhada de sensibilização encerra campanha de combate à tuberculose em Manaus

Integrando as ações realizadas em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado em 24 de março, os profissionais de saúde da Prefeitura de Manaus participaram, na manhã desta sexta-feira, 31/3, de uma caminhada de sensibilização em ruas do centro comercial da cidade.

 
A programação foi coordenada pelo Comitê de Controle da Tuberculose no Amazonas, que reúne representantes de entidades da sociedade civil organizada e de instituições públicas, incluindo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP/AM), Pastoral da Saúde e instituições de pesquisa e ensino.
 
“O nosso objetivo é informar e sensibilizar a população e os gestores sobre a doença, e que a cada dia que passa o número de casos aumenta. A sociedade civil e governo, todos juntos, devem trabalhar para controlar a doença”, afirmou Euclides Souza, coordenador do Comitê Estadual de Controle da Tuberculose.
 
No ano passado, Manaus notificou 2.667 casos de tuberculose, o que representa uma taxa de incidência de 118,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2023, já foram registrados 332 casos de tuberculose no município.
 
O chefe do Núcleo de Controle da Tuberculose da Semsa, enfermeiro Daniel Sacramento, destacou que a caminhada encerrou a campanha no mês de março, quando todas as Unidades de Saúde intensificaram as ações educativas (palestras e rodas de conversa), a busca ativa de sintomáticos respiratórios, que são as pessoas que apresentam tosse por duas semanas ou mais, e a oferta do exame de escarro.
 
“A caminhada, reunindo profissionais de saúde, estudantes e representantes da sociedade civil, é uma forma de divulgar ainda mais a temática da tuberculose e celebrar todas as ações que foram realizadas em março. Em um balanço parcial, a Semsa conseguiu testar 2.315 sintomáticos respiratórios, pessoas com tosse que realizaram o exame de escarro, o que supera o número da campanha do ano passado, quando foram realizados em torno de dois mil exames”, informou Daniel.
 
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da FVS-RCP/AM, Lara Oliveira, todos os municípios do Amazonas promoveram ações da campanha, incluindo a investigação dos contatos de pacientes com a doença, buscando identificar a tuberculose ativa ou a infecção latente, que ocorre quando a pessoa foi infectada, mas não apresenta sinais ou sintomas.
 
“Todos os municípios e as Unidades Básicas de Saúde estão capacitados para atender sintomáticos respiratórios e realizar o diagnóstico da doença. As pessoas com tosse por mais de duas semanas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde, de preferência mais próxima de sua casa, para o diagnóstico e o tratamento, que é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS)”, orientou Lara Oliveira.
 
No ano passado, informou a coordenadora, o Amazonas registrou uma taxa de 84 casos de tuberculose por 100 mil habitantes, com o total de 3.814 casos, representando a maior taxa de incidência entre os estados brasileiros.
 
Tendo alcançado a cura da tuberculose depois do tratamento no SUS, o aposentado Carlos Melo, de 59 anos, morador do bairro São José 3, zona Leste, foi um dos participantes da caminhada e destacou a importância das ações educativas para o combate à doença.
 
“É uma ação muito boa que vai incentivar muita gente que está com tuberculose e não procurou tratamento ainda. Vendo a mobilização, essa caminhada que indica que a tuberculose tem cura, a pessoa pode querer cuidar da saúde, procurar a Unidade de Saúde e fazer um exame de escarro”, afirmou Carlos Melo.
 
Proteção
 
Durante a caminhada, os profissionais de saúde também destacaram a importância da vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), indicada para a prevenção das formas graves da tuberculose e que deve ser aplicada em todos os recém-nascidos.
 
A gerente de Imunização da Semsa, Isabel Hernandes, explica que é fundamental que toda criança receba a vacina BCG o mais rapidamente possível após o nascimento, ainda na maternidade, nas primeiras 24 horas de vida.
 
“Com isso, se depois de sair da maternidade, a criança tiver contato com o bacilo causador da doença, ela estará protegida contra as formas graves da tuberculose. E é importante destacar que as oito maternidades públicas em Manaus têm a vacina ofertada todos os dias e os pais devem cobrar a aplicação para que a criança saia da maternidade já imunizada. Hoje, Manaus consegue manter a cobertura vacinal da BCG em mais de 100%”, indicou Isabel.
 
A Semsa também disponibiliza a vacina BCG em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBSs), atendendo situações em que a criança nasce em casa ou nas maternidades privadas. A lista das UBSs que disponibilizam a vacina, com o dia e horário da oferta de serviços, pode ser acessada no site da Semsa (semsa.manaus.am.gov.br).
 
A BCG deve ser administrada em recém-nascidos, mas pode ser feita em crianças de até quatro anos de idade que ainda não tenham recebido o imunizante. 
 
Doença
 
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch. A transmissão da tuberculose ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas. Além da tosse, os sintomas da doença são: febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.