Cheiros exalados pelo corpo podem dar pistas para descobrir doenças
Imagine sentir odor de acetona no hálito ou ficar com cheiro de pão saído do forno na pele. Pode até soar engraçado, mas detectar aromas diferentes no suor, na urina e na expiração pode ser sinal de doenças.
Em 2011, um artigo publicado no jornal científico “Sensors” listou uma série de alterações odoríferas que podem ajudar no diagnóstico de problemas de saúde (veja alguns exemplos no quadro ao lado). Mais recentemente, em janeiro deste ano, um outro estudo sobre o assunto, divulgado pelo periódico “Psychological Science”, confirmou que certas pessoas são capazes de “farejar” doenças em outros indivíduos.
Pistas químicas
Para o responsável pelo trabalho, o cientista sueco Mats Olsson, do Karolinska Instituet, é possível que cheiros diferentes sejam “pistas químicas” emitidas por pessoas doentes para sinalizar que elas precisam de ajuda ou ainda para alertar os demais seres humanos do risco de contágio.
No caso do hálito com odor de acetona, a alteração é um sintoma comum de diabetes.
— O organismo necessita de insulina para utilizar a glicose como fonte de energia. Na falta do hormônio, acontece a quebra de gordura (para obtenção de energia), o que forma, consequentemente, acetona (durante a reação química). Isso é responsável pelo hálito característico — explica o endocrinologista Alfredo Cury, do Spa Posse do Corpo.
Segundo o médico, embora o hálito cetônico não seja um sintoma obrigatório de diabetes, ele é bastante rotineiro e pode aparecer a qualquer momento, já estando presente na maioria dos pacientes que chegam aos consultórios com suspeita da doença.
Por: O Globo