Com viagra eletrônico, brasileiro quer acabar com constrangimento de homens com disfunção erétil na hora do sexo

Doença atinge cerca de 150 milhões de homens no mundo. 30% não respondem ao tratamento com comprimidos e precisam de injeções e próteses penianas. Dispositivo em fase de testes é interno e funciona sem interromper o clímax nas relações.

Com viagra eletrônico, brasileiro quer acabar com constrangimento de homens com disfunção erétil na hora do sexo
Disfunção erétil atinge 150 milhões de homens e 30% não responde a tratamento com comprimidos — Foto: Vera Atchou/AltoPress/PhotoAlto/AFP

Não conseguir ter uma ereção na hora H é mais comum do que se imagina: estima-se que 150 milhões de homens no mundo passem por isso durante a relação sexual. Um novo dispositivo, criado por um brasileiro e atualmente em fase de testes, promete acabar com o problema da disfunção erétil apenas com o acionamento por controle remoto. (Veja o vídeo acima)

Atualmente, o tratamento mais comum nesses casos é o uso do citrato de sildenafila ou a tadalafila, conhecidos comercialmente como Viagra e Cialis, respectivamente. Para se ter uma ideia, em 2023, o serviço de saúde britânico distribuiu mais de quatro milhões de medicamentos para disfunção erétil, um número recorde.

O problema é que, em 30% dos casos, os homens não respondem ao remédio e são necessários outros métodos, mais invasivos, e que expõem o paciente na hora do sexo: a injeção peniana e a prótese.

  • A injeção peniana é a mais usada e estimula a circulação de sangue no pênis, levando a ereção. Ela precisa ser aplicada de cinco a quinze minutos antes do sexo. Ou seja, o paciente precisa fazer a aplicação quando já está perto de transar – o que pode gerar constrangimento.
  • A outra opção é a prótese peniana. Em uma cirurgia, são implantados dois cilindros, que ficam ao longo do pênis, e uma bomba, que fica no saco escrotal. Tudo é feito por dentro da pele, mas para que o pênis suba, é preciso bombear o dispositivo na hora H.
É um constrangimento porque nenhuma das duas opções é natural para a pessoa que tem a disfunção. Ter que bombear ou aplicar uma injeção na hora do sexo quebra o clima. A ideia do dispositivo é trazer conforto e discrição.
— Rodrigo Araújo, brasileiro envolvido na pesquisa.
Rodrigo começou a pesquisar a disfunção erétil há mais de dez anos. Nesse tempo, mudou-se para a Suíça e uniu-se a um outro pesquisador, Nikos Stergiopulos, para desenvolver um dispositivo que pudesse ajudar quem sofre com a doença. Assim, criaram o CaverSTIM.

Como vai funcionar o "viagra eletrônico"?

➡️ O dispositivo funciona como se fosse um marcapasso. É um neuroestimulador em que os eletrodos são implantados na região pélvica e o estimulador entrega estímulos nos nervos que levam o estímulo da ereção. (Veja o vídeo do início do texto)

Nesta fase, ele está sendo testado para pacientes que tiveram câncer e precisaram retirar a próstata – o que pode causar a disfunção erétil. No entanto, no futuro, o dispositivo poderá ser usado por pessoas com disfunção erétil e pacientes com lesão medular.