Confira o que aconteceu no primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2022
Reencontro do público com diversos artistas e chuva marcaram o primeiro dia de festival
Depois da paralisação forçada pela pandemia, o festival Lollapalooza enfim retornou ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, nesta sexta-feira (25). Com todos os ingressos esgotados, as 100 mil pessoas previstas para comparecer ao evento foram embora com a memória dividida entre momentos musicais marcantes e frustrações causadas pela chuva.
O início do dia foi de um típico Lollapalooza, como se nada tivesse mudado desde a última edição, em 2019. Pessoas posando em frente aos lambe-lambes do festival, filas enormes para recarregar a pulseira para consumo e pequenas multidões começando a se formar em cada palco para as atrações do dia.
Foi na virada das 16h, com os ingleses da banda The Wombats ainda começando a se aquecer nas primeiras músicas, que a situação virou de ponta cabeça. O que parecia ser o início de uma garoa virou uma tempestade com fortes ventos.
Em um espaço da marca Chevrolet, o vento derrubou uma torre de iluminação, ferindo uma pessoa. A patrocinadora e a T4F, organizadora do evento, informaram que isolaram imediatamente a área e prestaram socorro à vítima. De acordo com o comunicado, a pessoa ferida está consciente e não risco de morte.
Ainda segundo a organização, a estrutura contava com todas as autorizações, alvarás e vistoria de bombeiros exigidas por lei.
Público se afasta das grades do palco Onix após tempestade durante show da banda The Wombats/Léo Lopes / Reprodução
Toda a programação do festival foi paralisada assim que a chuva começou, e, pouco tempo depois, a organização alertou para que as pessoas se afastassem das estruturas metálicas. A situação foi praticamente idêntica a 2019, quando uma tempestade de raios paralisou fez com que o festival parasse momentaneamente.
Enquanto isso, pessoas corriam para perto dos tablados, encolhidas para tentar se molhar menos. Todos os espaços de marcas patrocinadoras ficaram lotados e até mesmo os banheiros químicos viraram abrigo para alguns naquele momento.
Como uma típica tempestade paulistana, a chuva cessou em menos de 20 minutos, mas não sobrou um look para contar a história.
Pabllo Vittar reabre a programação do Lolla após paralização causada pela chuva / Divulgação/Lollapalooza
Com o fim da correria, coube à drag Pabllo Vittar fazer todo mundo esquecer os transtornos e voltar a dançar – dessa vez, no meio da lama. Ela abriu a apresentação com seu hit “Buzina” e, em questão de minutos parecia que todo o público do festival estava ali para ver a artista.
Também à noite, a americana Doja Cat levou uma multidão ao palco Onix. O público, composto em sua maior parte por jovens e adolescentes, não deixou dúvidas sobre o título dado a ela pelas redes sociais – a “rainha do Tik Tok”.
Ainda que a maior parte das músicas fosse conhecida pela multidão, o volume dos gritos aumentava nitidamente quando os trechos de 30 segundos mais famosos nas redes apareciam.
Canções como “Woman”, “Get Into It” e “Say So” foram algumas das mais animadas para o público, e também aquelas que ganharam coreografias na internet. Doja Cat abriu o show com poucas interações com a plateia, mas que aumentaram conforme percebia que a resposta da multidão era entusiasmada.
Em seguida, a banda veterana The Strokes finalizou o primeiro dia no palco Budweiser. Os músicos são conhecidos pelos brasileiros – a frequência das visitas rendeu até um comentário irônico de Julian Casablancas, o vocalista, dizendo que estão aqui pela “décima sétima vez.” Ao entrar no palco, ele deu as boas vindas a “seu povo”.
Mesmo a audiência estando “acostumada”, o show ainda foi um dos mais agitados da sexta-feira, com um público exaltado ao som de “Reptilia”, “Juicebox” e “You Only Live Once”.
Um fator que permanece inalterado entre as visitas dos Strokes ao Brasil é a personalidade imprevisível de Casablancas. De aparente bom humor na primeira metade da apresentação, fez até brincadeiras com o baterista brasileiro da atual formação, Fabrizio Moretti, sobre suas habilidades com a língua portuguesa.
Algumas faixas depois, ao fim de uma das músicas, o vocalista atirou seu microfone no chão e derrubou um dos holofotes utilizados para compor a iluminação do palco. Os comentários ácidos permaneceram até o fim abrupto do show, quando a banda deixou o palco rapidamente após “New York City Cops”, sem palavras de despedida.
A apresentação terminou deixando o público com a sensação de querer mais. Com o acender das luzes, logo alguns entoaram que “não iriam embora”, mas o primeiro dia do festival acabou sem que o público ouvisse “Last Nite”, o maior sucesso dos Strokes.
Créditos: CNN