Corpo da menina que foi imprensada por carro alegórico é enterrado no Rio
Foi enterrado na tarde deste sábado (23) o corpo da menina Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, que morreu após um acidente com um carro alegórico na dispersão do Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
Raquel foi imprensada entre o abre-alas da escola de samba Em Cima da Hora e um poste no primeiro dia de desfiles.
Após o enterro, Marcela Portelinha, mãe da menina, foi carregada e levada para dentro de uma ambulância ao lado da entrada do cemitério do Catumbi, no Centro do Rio.
Chorando muito, Marcela precisou ser amparada e desmaiou várias vezes durante a despedida da filha. Ela está grávida.
“Eu quero minha menina. Isso não tem que ficar assim”, gritava no velório.
Uma ambulância do Samu foi chamada e prestou atendimento médico à mãe.
Familiares e amigos da menina protestaram na frente do cemitério, pedindo Justiça. Um cartaz dizia: "Descanse em paz e que Deus conforte seus familiares, parentes e amigos. Je suis #Raquel".
O acidente e a cirurgia
A menina morreu nesta sexta-feira (23), três dias após ter sido imprensada entre um carro alegórico e um poste na dispersão do primeiro dia de desfiles na Sapucaí.
Raquel teve uma perna amputada e ficou internada por dois dias em estado gravíssimo no hospital Souza Aguiar.
Durante cirurgia para amputação da perna, Raquel sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos. Segundo funcionários da unidade, ela teve uma hemorragia interna.
Testemunhas contaram que a menina subiu no carro alegórico da Em cima da Hora, que estava parado na rua Frei Caneca, a 200 metros do portão da Marquês de Sapucaí. Quando o veículo começou a ser empurrado, a menina foi imprensada contra um poste.
Motorista mudou depoimento
A delegada Maria Aparecida Mallet, que investiga a morte de Raquel, disse que o motorista do carro alegórico que imprensou a menina mudou o depoimento na 6ª DP (Cidade Nova). Segundo Mallet, várias crianças estavam brincando próximo ao veículo — ao contrário do que disse o condutor na delegacia.
À polícia, o motorista, que não teve a identidade revelada, disse que não viu crianças em cima do carro, deu a partida e prosseguiu com o reboque da alegoria. Câmeras de segurança, entretanto, indicam o contrário, que naquele momento havia várias crianças no carro, não apenas Raquel.
O caso, a princípio, é investigado com sendo homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo a delegada, ainda é prematuro apontar culpados.
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil apreendeu o carro abre-alas da escola de samba Em Cima da Hora.
Por G1