Desaceleração da inflação do aluguel é esperada em 2022, diz economista
O IGP-M, índice conhecido como "inflação do aluguel", deve continuar a subir em 2022, mas em menor volume do que o registrado em 2021
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) conhecido como “a inflação do aluguel”, aumentou 0,87% em dezembro e chegou à alta de de 17,78%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em entrevista à CNN, o economista da FGV, André Braz afirmou que é esperado que a desaceleração na alta do índice se mantenha em 2022.
“Para o ano que vem a gente espera que o IGP-M suba muito menos. Vamos trocar taxas muito altas que vigoraram no início deste ano por taxas mais baixas no início do ano que vem. Isso vai fazer com que o índice, que continua elevado, recue”, disse.
O economista explicou que, apesar de ainda haver aumento no reajuste, ele é muito menor do que aquele registrado no primeiro semestre de 2021, quando a pandemia estava em seu auge e, assim, afetou diretamente muitos setores da economia.
“Em maio deste ano, ele [o IGP-M] chegou a acumular alta de 37%. Então, apesar de continuar muito elevado, o índice já desacelerou quase 20 pontos percentuais. Essa tendência de desaceleração vai continuar no primeiro trimestre no ano que vem”, afirmou.
Braz ainda ressaltou que em 2022 é esperado que a inflação do aluguel se equipare ao principal índice inflacionário do país. “A expectativa é que até maio do ano que vem o IPG-M se aproxime muito do IPCA, como estava antes de os efeitos da pandemia afetarem os preços”, declarou.
O economista da FGV disse que a inflação do aluguel apresentou alta em dezembro deste ano por conta dos aumentos de energia e dos alimentos.
“A crise hídrica também lesou muito o setor elétrico e a geração de energia ficou muito mais cara. Isso se materializou em forte aumento de preços que afetou tanto a indústria quanto a prestação de serviços. Com esses custos muito elevados, o índice [IGP-M] subiu bastante”, afirmou.
“Estimamos ainda aumento de preço, ainda que menor, para os alimentos em 2022. Este ano, os alimentos fecham em torno de 8%, e ano que vem podem fechar em torno de 4%.”, acrescentou.
Créditos: CNN Brasil