Desemprego já está abaixo de 3% em três estados do país; confira
Dez estados registraram as menores taxas de desocupação de suas séries históricas no 3º tri. Número de pessoas buscando trabalho há dois anos ou mais caiu para 1,5 milhão, menor valor desde 2014
A taxa de desemprego está abaixo de 3% em três estados brasileiros, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. Conforme a pesquisa, o desemprego no Brasil caiu, em média, para 6,4% no terceiro trimestre deste ano, uma redução de 0,5 ponto percentual frente ao segundo trimestre (6,9%). Este é o menor índice para o período desde o início da série histórica, iniciada em 2012.
Dez estados alcançaram, no terceiro trimestre, as menores taxas de desemprego de suas séries históricas Entre eles estão estados populosos e com economias mais diversificadas, como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, além de estados como Rondônia, Amapá, Ceará, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo.
São Paulo, que abriga a maior metrópole do país, atingiu taxa de desemprego de 6%, a menor já observada na série histórica. Mato Grosso, por exemplo, chegou à mínima de 2,3%.
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa do instituto, os dados indicam que o mercado de trabalho está aquecido em diferentes regiões do país. Cada uma delas é impulsionada por suas particularidades, com diferentes atividades concentrando a maior parte das ocupações.
— No caso de Rondônia, (a mão de obra) está concentrada no comércio e na administração pública. Já em Santa Catarina, é a indústria geral que tem maior ocupação. Em Mato Grosso, administração pública, comércio e agricultura são os três mais apoiadores.
As menores taxas de desemprego (estados com índice menor do que a média nacional)
- Rondônia: 2,1%
- Mato Grosso: 2,3%
- Santa Catarina: 2,8%
- Mato Grosso do Sul: 3,4%
- Paraná: 4%
- Espírito Santo: 4,1%
- Tocantins: 5%
- Rio Grande do Sul: 5,1%
- Goiás: 5,1%
- São Paulo: 6%
- Roraima: 6,2%
As maiores taxas de desemprego (estados com índice maior do que a média nacional)
- Pernambuco: 10,5%
- Bahia: 9,7%
- Rio Grande do Norte: 8,8%
- Distrito Federal: 8,8%
- Rio de Janeiro: 8,5%
- Sergipe: 8,4%
- Amapá: 8,3%
- Amazonas: 8,1%
- Piauí: 8%
- Paraíba: 7,8%
- Alagoas: 7,7%
- Maranhão: 7,6%
- Acre: 7,4%
- Pará: 6,9%
- Ceará: 6,7%
Desemprego cai em sete estados
Segundo o IBGE, sete das 27 unidades da federação registraram redução da taxa de desemprego no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
Tiveram queda na desocupação Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia e Bahia. Já nos outros estados a taxa se manteve estável, com leves oscilações para cima ou para baixo.
Para Kratochwill, a queda do desemprego no período tem relação com a chegada do segundo semestre do ano.
— Esse é um período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano. No último trimestre, a ocupação na indústria registrou um acréscimo de mais de 400 mil vagas — destaca.
Desemprego de longo prazo recua
A pesquisa mostra ainda que o desemprego recuou acima dos 10% em todas as faixas de tempo de procura por trabalho. O número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,5 milhão, o menor valor para um terceiro trimestre desde 2014.
A economia aquecida, segundo o analista do IBGE, se reflete na diminuição do tempo de busca por trabalho.
— Como consequência, reduz-se o número de pessoas que estavam há mais de dois anos procurando por uma ocupação — observa Kratochwill.
Desemprego maior entre mulheres, pessoas pretas e com baixa escolaridade
Apesar do quadro positivo do mercado de trabalho, permanecem as desigualdades de gênero e cor. A taxa de desemprego foi de 5,3% para os homens no terceiro trimestre, enquanto para as mulheres, ficou em 7,7% no mesmo período.
Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5%) e acima para os pretos (7,6%) e pardos (7,3%).
Em termos de escolaridade, o desemprego foi mais alto entre pessoas com ensino médio incompleto. O percentual era de 10,8% no terceiro trimestre, mais de três vezes superior à taxa de 3,2% observada entre aqueles com ensino superior completo. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%.
Fonte: Globo