Uma “desregulação” na função dos monócitos, células sanguíneas do sistema de defesa do organismo com funções importantes na detecção de invasores e na ativação da resposta imune inata e adaptativa durante a infecção viral, pode estar por trás da formação de trombos em alguns pacientes da Covid-19.
Para chegar a esta conclusão, os cientistas examinaram a função dos monócitos de pacientes com quadro leve e moderado de Covid-19 durante a fase aguda da infecção e compararam com o processo em indivíduos saudáveis.
As células sanguíneas de defesa dos pacientes infectados, que deveriam protegê-los contra a ação do vírus, apresentaram uma expressão alterada de receptores de superfície celular e um perfil metabólico disfuncional, desencadeando um efeito pró-trombótico.
Durante uma infecção viral, os monócitos circulantes deveriam se infiltrar nos tecidos afetados, contribuindo para a eliminação de patógenos e regeneração tecidual.
Estima-se que entre 0,6 e 2 pacientes a cada cem mil infectados com o coronavírus tenha formação de coágulos durante a infecção, aumentando o risco de trombose. Com a vacina contra a Covid-19, a chance de desenvolver o problema diminui até 10 vezes.
Os cientistas esperam que a descoberta possa ser usada para avançar no entendimento da infecção do coronavírus e no desenvolvimento de tratamentos que reduzam os riscos pós-infecção.
“Esses resultados identificam um mecanismo potencial pelo qual a disfunção de monócitos pode contribuir para o estudo da Covid-19”, afirmam os autores do estudo no artigo.
Por: Metrópoles