Eduardo Bolsonaro se licencia do cargo de deputado e fica nos EUA; PL é pego de surpresa
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro postou decisão nas redes sociais

O deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), se licenciou do cargo na Câmara e deve parmanecer nos Estados Unidos. O deputado afirmou que permanecerá no país americano para "lutar" pela anistia aos presos pela tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023. A decisão do parlamentar, porém, ocorre depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) pediu para a Procuradoria Geral da República (PGR) analisar a possibilidade de apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.
O deputado era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Creden), que seria a primeira pedida do PL entre as comissões permanentes da Casa. A ideia seria usar do cargo para uma aproximação institucional com o governo americano, comandado por Donaldo Trump. A comissão é responsável pelas relações diplomáticas e consulares da Câmara com governos e entidades internacionais.
A liderança do PL na Câmara foi pega de supresa e disse que ainda não sabe quem poderia ocupar o lugar de Eduardo na Creden, ou se a pedida será mantida.
-- Abdico temporariamente do meu mandato, irei me licenciar sem remuneração, para que eu possa me dedicar integralmente para que eu possa buscar as devidas sanções para os violadores dos direitos humanos. Estou falando de psicopatas que prenderam mães de famílias, idosos, trabalhadores. Focarei 100% do meu tempo para essa causa -- disse Bolsonaro em vídeo nas redes sociais.
Deputados do PL admitia que, como presidente da comissão, Eduardo Bolsonaro teria mais prestígio e status para defender o pai em eventos internacionais, movimentação que já vem ocorrendo. O “zero três” liderou uma campanha contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, dos Estados Unidos, nos últimos meses. No início de fevereiro, ele esteve em Washington, capital americana, e voltou para a cidade na semana passada.
Eduardo e outros bolsonaristas têm alimentado nas redes sociais e em canais da direita a tese de que a agência americana USAid teria interferido na eleição presidencial brasileira de 2022 durante o governo Joe Biden com repasse de dinheiro para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a pretexto de combater a desinformação, quando a Corte era presidida por Moraes.
Diante da investida do PL para comandar a comissão, o PT sinalizou que também queria o posto, ou tentava articular para que outro partido de centro assumisse o colegiado.
O PL tem direito às duas primeiras pedidas de comissões da Câmara. Serão elas a Creden e a comissão de Saúde. A ordem de preferência entre as legendas é determinada pelo número de deputados em cada bancada. O partido de Bolsonaro tem 99 representantes na Casa. Em seguida, o PT poderá pedir sua prioridade de comissão.
Fonte: Globo.com