Elon Musk deixa negociação de compra do Twitter
Em documento entrega ao órgão regulador dos Estados Unidos, bilionário afirmou que houve violação de várias disposições do acordo e que a rede social não forneceu dados suficientes após questionamentos sobre o número de contas falsas existentes.
O bilionário Elon Musk informou nesta sexta-feira (8) que deixou o acordo de compra do Twitter. Em documento enviado à SEC, órgão regulador do negócio nos Estados Unidos, ele afirmou que houve uma violação material de várias disposições do acordo.
SEC é a abreviação de Security and Exchange Comission, o equivalente à Comissão de Valores Mobiliários.
O anúncio da saída de Musk do negócio acontece três meses depois que ele chegou a um acordo com o conselho de administração do Twitter para comprar a rede social por US$ 44 bilhões.
"O Twitter não cumpriu suas obrigações contratuais. Por quase dois meses, Musk buscou os dados e informações necessários para 'fazer uma avaliação independente da prevalência de contas falsas ou spam na plataforma do Twitter'", apontou a carta que encerra o negócio.
"O Twitter falhou ou se recusou a fornecer essas informações. Às vezes, o Twitter ignorou os pedidos de Musk, às vezes os rejeitou por razões que parecem injustificadas e, às vezes, afirmou cumprir ao fornecer informações incompletas ou inutilizáveis a Musk", continuou.
O Twitter não comentou a decisão do empresário até a última atualização desta reportagem. O acordo inclui uma multa de US$ 1 bilhão em caso de quebra ou se o caso de tornar uma disputa judicial.
As ações da rede social caíam 5% no fim da tarde desta sexta, na bolsa de Nova York.
A polêmica sobre contas falsas
O recuo vinha sendo desenhado há algum tempo. Em 13 de maio, o homem mais rico do mundo chegou a suspender temporariamente o negócio, alegando que o Twitter não conseguiu justificar os pedidos dele para saber mais sobre a a abundância de contas de spam na rede social.
Em junho, ele voltou a ameaçar desistir da compra, pelo mesmo motivo.
Dados do Twitter indicam que os perfis fake e usados para postagens de mensagens de spam representam 5% da base de 229 milhões de usuários ativos da rede.
Mas Musk dizia que não acreditava que as "metodologias de teste negligentes" da empresa eram adequadas e que queria conduzir sua própria análise. Por isso, solicitou dados à rede social.
Segundo o comunicado de encerramento do acordo, o primeiro pedido de Musk ao Twitter sobre a prevalência de contas falsas ou de spam na plataforma foi feito em 9 de maio.
O bilionário alega ter feito repetidas tentativas para conseguir os dados, mas que só recebeu dados incompletos da plataforma.
Fonte: G1