Estudante de odontologia é morta após policiais tentarem prender seu namorado, em Criciúma (SC)

Thamily Venancio Ereno não era investigada, mas foi baleada dentro de um carro de transporte por aplicativo; polícia diz que atirou porque carro não parou, já motorista alega que achava ser um assalto

Estudante de odontologia é morta após policiais tentarem prender seu namorado, em Criciúma (SC)
Thamily Venancio cursava odontologia e foi morta em operação policial — Foto: Reprodução Redes Sociais

Uma estudante de odontologia, Thamily Venancio Ereno, morreu após ser baleada durante uma operação policial nesta sexta-feira (21), em Criciúma (SC). Ela estava dentro de um carro, ao lado de seu namorado, Kauan de Oliveira Filastro, que era o alvo de de um mandado de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa. Segundo a polícia, os disparos teriam sido feitos porque o carro não obedeceu a ordem de parar.

Na operação, somente Thamily foi atingida. Ela foi encaminhada ao Hospital São José de Criciúma já em estado grave. Na madrugada deste domingo, a família informou sua morte e criou uma página no Instagram chamada "Justiça pela Thamily".

Já Kauan foi preso na operação. Segundo informações do G1, a ação da Polícia Civil aconteceu no bairro São Sebastião, às 14h30 de sexta (21), com o objetivo de cumprir o mandado contra o homem de 20 anos.

O casal estava dentro de um carro de transporte por aplicativo. Na abordagem policial, o motorista não teria obedecido à ordem de parada e acelerou em marcha ré na direção dos agentes, segundo a polícia. Ele ainda foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e desobediência e encaminhado ao presídio.

Entretanto, de acordo com apuração do UOL, a defesa do motorista, cujo nome não foi revelado, afirmou que ele acelerou porque achava que a ação era um assalto, e destacou que os policiais estavam em uma viatura descaracterizada e teriam se aproximado armados sem identificação visível. A defesa de Kauan também negou que ele tenha tentado fugir. "

O delegado regional de Criciúma, André Milanese, confirmou ao G1 que Thamily foi atingida sem querer.

— A princípio, ela não tinha passagem [pela polícia], acabou sendo atingida, infelizmente, pelo disparo que a policial deu para se defender — declarou o delegado, neste sábado (22). — A gente entende que foi o foragido que pressionou o motorista do Uber a tentar fugir.

Segundo o delegado, Kauan chegou a tentar quebrar o próprio celular no painel do carro. O aparelho, danificado, foi apreendido.

A Polícia Civil informou que foi feita perícia no local e no carro e a Corregedoria da Polícia Civil está investigando o caso.

Por: O Globo