ETFs: o que são, como investir e para quem é mais indicado
Espécie de condomínio de investidores, fundos permitem acesso indireto a diversos ativos
Na hora de investir, uma recomendação é unânime pelos especialistas: diversificar. Ou seja, não investir todo o dinheiro em uma única aplicação. E, para variar, o ideal é investir tanto em renda fixa quanto em renda variável, que é mais arriscada.
Uma opção interessante para investir na bolsa de valores sem precisar escolher ação por ação e acompanhar de perto seus ativos é aplicar em ETFs.
O que são ETFs?
ETF é a sigla para Exchange Traded Funds, que são como fundos de índices. Segundo Pierre Oberson, professor de finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), os ETFs representam uma espécie de “condomínio” de investidores que aplicam recursos de forma conjunta e replicam algum índice, como o Ibovespa.
Atualmente, é possível encontrar diversos tipos de ETFs na bolsa, como de moedas, criptomoedas, commodities, títulos de renda fixa e de diferentes setores econômicos. Suas cotas são negociadas no pregão, como as ações.
“No Brasil, o ETF mais conhecido é o que replica o Ibovespa, mas também posso ter um ETF da bolsa norte-americana e até de criptoativos. Abrir uma conta em uma corretora para investir em moedas digitais seria muito mais caro”, disse Oberson.
Como investir em ETFs?
Para investir em ETFs é preciso primeiro ter uma conta em uma corretora.
No site da B3, há uma lista de instituições que podem auxiliar os investidores.
Na hora da escolha, é importante analisar os custos da operação, a qualidade da plataforma, a variedade de ativos e o suporte em caso de dúvidas.
Para abertura da conta, as corretoras solicitam o envio de cópias do RG e do CPF. Quando a conta estiver aberta, basta transferir os recursos e começar as operações.
Para quem é indicado?
Segundo Virginia Prestes, professora de finanças e sócia da The Hill Capital, como esses ativos têm alta volatilidade, eles são destinados a investidores moderados e agressivos.
“Obviamente, tudo depende também do quanto esse investidor vai colocar de percentual na carteira e dos tipos de ETFs, se eles são mais ou menos voláteis.”
Quais as vantagens e desvantagens?
Comparado aos fundos de ações, os ETFs costumam ter uma taxa de administração menor, segundo a B3. Além disso, o investidor só será cobrado pelos dias em que ficar com as cotas em sua carteira.
A desvantagem é que os ETFs recolhem Imposto de Renda no momento da venda: estão sujeitos a uma tributação de 15% sobre os lucros apurados, independentemente do tipo de operação.
O pagamento do Documento de Arrecadação de Receitas Federação, DARF, deve ser feito até o último dia útil do mês subsequente à venda do ativo. Ou seja, se você vendeu um ETF em setembro, deve pagar o imposto até o último dia do mês de outubro.
Qual a rentabilidade?
Como as ações e os contratos futuros, o ETF é um investimento de renda variável. Por este motivo, o lucro do investidor vem da volatilidade do mercado. Ou seja, ele ganha se vender o ativo a um preço maior do que comprou.
Os ETFs também não pagam dividendos. Os proventos das empresas são incorporados e reinvestidos pelo índice.
A dica para investir nesses ativos é sempre acompanhar de perto os indicadores e o cenário econômico. “A regra é básica: se o índice que acompanha o ETF tiver um bom desempenho, o ativo vai ter também”, concluiu Virginia Prestes.
Por: CNN Brasil