Os resultados do estudo foram apresentados em um simpósio da American Heart Association, nos EUA, em 6 de novembro. “Conseguimos identificar que existe uma experiência única a ser lembrada da EQM. Ela não parece com nada pelo qual passamos em um hospital ou qualquer outro lugar”, explica o médico.
O médico encontrou as cinco principais experiências dos pacientes. Elas incluem:
- Avaliação da vida, como ver memórias e avaliar como eles trataram outras pessoas;
- Sensação de “ir para outro destino”;
- Ter conhecimento de que está passando por uma manobra de reanimação cardiorrespiratória;
- Estar ciente das atividades em terapia intensiva após a RCP;
- Ouvir os médicos durante o tratamento.
A pesquisa de Parnia contou com 567 pacientes do NYU Langone Health. Desses, apenas 53 viveram para receber alta hospitalar, e 25 não puderam participar do estudo devido a problemas de saúde. Os 28 restantes foram entrevistados pelo médico duas a quatro semanas após perderem subitamente a função cardíaca.
Dispositivos de monitoramento cerebral foram conectados aos 567 pacientes durante a tentativa de ressuscitamento para monitorar qualquer sinal de que seu cérebro estava recebendo informações.
O grupo de pesquisa aplicou testes de memória para avaliar se havia algum prejuízo à função cerebral dos pacientes. Aqueles que tiveram uma nota acima de seis, ou seja, não tiveram nenhum prejuízo significativo, responderam perguntas sobre lembranças da manobra de reanimação cardiorrespiratória (RCP).
Na segunda fase de entrevistas, os pesquisadores usaram questões abertas para os participantes escreverem como foi a EQM e um questionário com 16 itens sobre o que sentiram. Uma outra etapa foi realizada com aqueles que afirmaram ter escutado ou visto alguma coisa.
Um paciente disse ter sentido seu peito sendo esfregado durante a ressuscitação. Três tiveram experiências semelhantes a sonhos. Alguns contaram sentir a manobra de reanimação cardiorrespiratória. Uma pessoa disse ter escutado a avó falecida dizendo-lhe para voltar ao corpo, outras sentiram que estavam sendo levadas para um destino que consideravam seu lar.
“Não são alucinações, não são ilusões, não são delírios, são experiências reais que surgem quando você morre”, diz o médico.
O autor do estudo explica que algumas lembranças podem ser, na realidade, eventos médicos mal interpretados. A lembrança de um paciente que afirmou ter a sensação de estar “queimando no inferno”, por exemplo, foi provavelmente uma reação à sensação de queimação durante o gotejamento intravenoso de potássio.
Por: Metrópoles