Frequentar igreja prolonga mais a vida que dieta e exercício, diz especialista
Ir aos cultos religiosos na igreja ou outro tipo de templo pode abrir as portas para a vida eterna — mas também prolongará sua vida na Terra mais do que dieta ou exercícios, de acordo com o principal especialista em longevidade do mundo.
Dan Buettner, que ganhou três prêmios Emmy por seu documentário inovador de 2023 "Live to 100: Secrets of the Blue Zones" ("Viver até os 100: Segredos das Zonas Azuis", em trad. livre), revelou os profundos benefícios que a fé em Deus oferece àqueles que desejam viver uma vida longa e próspera. Embora os Estados Unidos enfrentem uma epidemia de doenças crônicas, "apenas cerca de 20% de quanto tempo você viverá é determinado pelos seus genes", disse ele no programa de TV "Mornings with Maria" em 30 de agosto. Um estilo de vida saudável que inclua dieta, exercícios e gestão do estresse permite que a pessoa média viva "mais 12 anos com boa saúde".
Mas as estatísticas que ele compartilhou provaram que uma fé ativa em Deus, incluindo a frequência semanal à igreja, pode ter o maior impacto em prolongar a vida terrena.
O documentário de Buettner investigou regiões do mundo conhecidas por terem a maior expectativa de vida média. Os pesquisadores entrevistaram 263 centenários — pessoas que viveram até os 100 anos — e descobriram que, exceto cinco, todos "pertenciam a alguma comunidade religiosa".
Os idosos mais saudáveis tinham uma característica comum: "ter fé. Sabemos que pessoas que vão à igreja — ou templo, ou mesmo mesquita — e comparecem quatro vezes por mês vivem de quatro a 14 anos a mais do que as que não frequentam". Esse dado pode vir de um estudo que descobriu que a frequência regular à igreja aumentava a vida média de um americano em sete anos — e em 14 anos no caso de afro-americanos.
Esse número superou outras práticas mais intuitivas para aumentar a expectativa de vida, incluindo exercício regular e dieta. "Para um jovem de 20 anos, se você se afastar da dieta padrão americana e seguir a dieta das Zonas Azuis — que é à base de alimentos integrais e vegetais — isso vale cerca de 10 anos de expectativa de vida extra, e para alguém de 60 anos, ainda vale cerca de seis anos", disse ele.
Um alimento, em particular, destacou-se entre os outros: feijões. "Se você come uma xícara de feijão por dia, isso vale cerca de quatro anos extras de expectativa de vida em comparação com obter sua proteína de fontes menos saudáveis", disse Buettner, elogiando a sopa minestrone. "Sempre que você mistura um grão com um feijão, eles se combinam e formam uma proteína completa. … São alimentos baratos, duráveis e que todos podem comprar."
Aqueles com o estilo de vida mais saudável moviam-se naturalmente, em uma frequência de cerca de 20 minutos, sem ficar sentados por longos períodos de tempo. Mas qualquer pessoa pode se beneficiar de exercícios simples, como caminhar. "Se você não faz nenhuma atividade física, pode aumentar sua expectativa de vida em três anos se caminhar apenas 20 minutos por dia", disse Buettner.
Relações familiares fortes também aumentam os anos de vida. Os centenários concordam em "priorizar a família, manter seus pais idosos por perto, investir no cônjuge, investir em seus filhos", continuou ele. "Pessoas que estão em um relacionamento comprometido vivem entre dois e seis anos a mais do que as que estão sozinhas na vida."
Se você está acompanhando, viu que pode adicionar três anos à sua vida com exercícios, quatro anos comendo feijão, seis anos estando em um relacionamento comprometido, de seis a 10 anos comendo uma dieta baseada em alimentos integrais e vegetais, e de sete a 14 anos indo à igreja toda semana.
Outro aspecto da vida religiosa que pode prolongar sua vida é a gestão do estresse. Um fator-chave para viver até os 100 anos é "desacelerar: seja através da oração, meditação, ou simplesmente expressando gratidão antes de uma refeição". A oração regular envolve "garantir que nosso dia tenha certos momentos em que reduzimos o estresse da condição humana, reduzimos a inflamação", disse Buettner, um membro da National Geographic em 2011 e várias vezes premiado.
Fatores ambientais — incluindo as pessoas e empresas ao seu redor — também desempenham um papel. "Se você vive em um bairro com mais de cinco restaurantes de fast food em um raio de 800 metros da sua casa, você tem 35% mais chances de ser obeso do que se houver menos de três", acrescentou Buettner. "Se seus três melhores amigos forem obesos e não saudáveis, você tem 150% mais chances de estar acima do peso também."
O estudo é apenas um de muitos que encontraram benefícios físicos, mentais e psicológicos na fé, leitura da Bíblia e frequência à igreja:
- O cirurgião-geral dos EUA Vivek Murthy produziu um relatório em março de 2023 afirmando que uma epidemia de solidão produziu impactos na saúde "ainda maiores do que os associados à obesidade e à inatividade física". A saúde dos americanos"pode estar sendo prejudicada" pela sua participação decrescente em "grupos religiosos ou de fé".
- A prática religiosa regular tem "efeitos significativos" na redução das chances dos fiéis morrerem por suicídios, intoxicações por drogas e doenças hepáticas alcoólicas, de acordo com um estudo de 2023.
- As Zonas Azuis são o lado positivo de culturas que promovem um senso de propósito. "Americanos religiosos tendem a acreditar que sua vida é significativa mais frequentemente do que aqueles que não são religiosos", constatou um estudo de 2023.
- Americanos que acreditam em Deus e valorizam o casamento são mais propensos a serem "muito felizes" do que secularistas isolados, de acordo com uma pesquisa do Wall Street Journal-NORC realizada em março de 2023. Enquanto apenas uma pequena parte dos americanos (12%) se considera "muito feliz", 68% das pessoas mais felizes pesquisadas dizem acreditar em Deus.
- Uma grande maioria de 82% dos cristãos descrevem sua perspectiva como otimista e têm orgulho de sua igreja, de acordo com um estudo de 2023.
- Cristãos que leem a Bíblia regularmente relatam uma pontuação mais alta no Índice de Florescimento Humano — que mede "felicidade e satisfação com a vida", "saúde mental e física", "significado e propósito", "caráter e virtude", "relações sociais próximas" e "estabilidade financeira e material" — do que cristãos não praticantes ou os sem religião, segundo um estudo de 2023.
- "Jovens adultos da Geração X no grupo fortemente religioso, em três diferentes medições, geralmente relataram melhor saúde mental ao atingirem a idade adulta consolidada do que aqueles da classe não religiosa", relatou um estudo da Universidade de Syracuse em 2022.
- Mulheres que frequentam a igreja pelo menos uma vez por semana tiveram 68% menos chance de morrerem de uma "morte por desespero" do que as que não frequentam; homens que vão à igreja com frequência reduzem seu risco em um terço, de acordo com um estudo de Harvard de 2020.
- Americanos que frequentavam serviços religiosos regularmente tinham 44% mais probabilidade de dizer que eram "muito felizes" do que os inativos religiosamente, concluiu uma pesquisa do Pew Research Center de 2019.
- Um estudo de 2019 encontrou "efeitos robustos da religiosidade na depressão, que são mais fortes para os mais deprimidos".
- Mesmo se deixarem as práticas religiosas, "pessoas que frequentaram serviços religiosos semanais ou praticaram oração ou meditação diária na juventude relataram maior satisfação com a vida e positividade na faixa dos 20 anos — e eram menos propensas a ter sintomas depressivos, fumar, usar drogas ilícitas ou ter uma infecção sexualmente transmissível — do que pessoas criadas com hábitos espirituais menos regulares", descobriu um estudo de 2018 da Escola de Saúde Pública T. H. Chan de Harvard.
- Um estudo de 2017 descobriu que a frequência à igreja reduz significativamente a reação do corpo ao estresse e diminui pela metade a chance de morte do adorador. "Frequentadores mais assíduos (mais de uma vez por semana) tiveram uma redução de 55% no risco de mortalidade por todas as causas em comparação com os que não frequentam a igreja", relatou o estudo.
- Frequentar a igreja mais de uma vez por semana reduziu a probabilidade de uma mulher morrer em 33%, concluiu um estudode Harvard de 2016.
Por: Gazeta