FVS-RCP realiza busca ativa de novos casos da suspeita de surto de Doença Transmitida por Alimento, em Manacapuru
Tucumã é um dos alimentos suspeitos do surto
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) realiza a busca ativa por novos casos envolvidos na suspeita de surto de Doença Transmitida por Alimento (DTA), na comunidade Irapajé, na zona rural de Manacapuru (a 68 quilômetros a oeste de Manaus). Até esta quinta-feira (15/07), foram identificados cinco casos suspeitos da DTA, que necessitaram de internação hospitalar e já receberam alta médica. A ingestão do tucumã é uma das linhas de investigação para a causa da doença.
Técnicos dos departamentos de Vigilância Epidemiológica e Sanitária da FVS-RCP estiveram na comunidade Irapajé e na sede de Manacapuru, na quarta-feira (14/07), dando suporte à Vigilância em Saúde do município no rastreamento da cadeia produtiva do tucumã, coletando amostras do fruto desde o tucumãzeiro suspeito na comunidade rural até pontos de distribuição do produto em diferentes bairros de Manacapuru.
As primeiras seis pessoas suspeitas de estarem envolvidas no surto de DTA, detectadas na visita técnica da FVS-RCP, apresentaram diarreia, vômito e dor abdominal. Das seis, uma segue internada na rede pública em Manacapuru e outra na rede pública em Manaus.
Os cinco casos suspeitos de estarem envolvidos no surto de DTA, detectados na visita técnica da FVS-RCP e que necessitaram de hospitalização, apresentaram os mesmos sintomas acrescidos de hemorragia subconjuntival (“sangramento” ocular, onde é evidente uma mancha de sangue “vivo”) e dor na panturrilha. Os cinco foram submetidos a observação na rede pública de saúde e receberam alta médica nesta quinta-feira (15/07).
Um menino, de 8 anos, foi a óbito suspeito de DTA em Manacapuru. Ao todo, os envolvidos no surto são 30 pessoas. Os demais 28 suspeitos estão sendo monitorados pelas vigilâncias em saúde de Manacapuru e do Estado.
Ingestão de alimentos – A orientação sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Manacapuru (Semsa/Manacapuru) é que a população da comunidade Irapajé e da sede do município evite o consumo do tucumã, devido às suspeitas. No entanto, o envolvimento do fruto no surto ainda está sendo investigado, e não há indicação de não ingestão do fruto em outros municípios do Amazonas.
Os surtos de DTA são inseridos nas Doenças de Notificação Compulsória Imediata (DNCI), e as secretarias municipais de saúde devem notificar a FVS-RCP, obrigatoriamente em até 24 horas, suspeitas de agravos desse tipo de doença.
“Não há registros de suspeitas de DTA por tucumã nos demais municípios do estado. A investigação está sendo realizada para descartar outras suspeitas, como a ingestão de água contaminada ou local insalubre de armazenamento do fruto, que poderia indicar suspeitas de doenças como leptospirose”, explicou o diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes.
A investigação em Manacapuru inclui conversas dos técnicos com os moradores locais e o encaminhamento da amostra de tucumãs suspeitos para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen/FVS-RCP).
De acordo com o gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE/FVS-RCP), Alexsandro Melo, a análise bromatológica, destinada à verificação da composição, propriedades físicas, químicas, toxicológicas e ação do fruto no organismo, deve ser emitida no período de 48 a 72 horas. “Mas, caso seja necessário aprimorar as análises, o prazo pode ser estendido dependendo da complexidade da investigação necessária nas amostras”, detalhou.
Orientação – Para prevenir a DTA, a recomendação sanitária é buscar consumir alimentos armazenados e preparados com métodos que atendam a padrões de qualidade da legislação vigente, além de condições adequadas de saneamento e higiene pessoal/alimentar.
O quadro suspeito de DTA pode incluir náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreia, falta de apetite e febre. A recomendação das autoridades de saúde é buscar atendimento médico ao identificar esses sintomas.