Harvard quer criar um banco de cocô: fezes poderão ser usadas para reverter o envelhecimento
Já pensou em armazenar as suas fezes no gelo e contribuir para a criação de um banco de amostras do tipo? Isso pode se tornar uma realidade, já que especialistas de saúde intestinal acreditam que algumas das bactérias presentes nas fezes humanas podem ser a resposta para o tratamento de doenças no futuro, além de poder retardar o envelhecimento.
Isso porque, segundo pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, o transplante da microbiota fecal (FMT) pode ser realizado de forma semelhante e com mais potencial do que o transplante de sangue do cordão umbilical — que é rico em células-tronco —, podendo ser a chave para o tratamento de doenças como a asma, esclerose múltipla e diabetes, além das condições gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável e constipação.
Os transplantes da microbiota fecal já são utilizados para tratar algumas infecções intestinais bacterianas recorrentes, como as causadas pela bactéria Clostridium difficile, com 90% de eficácia.
O FMT, segundo os especialistas, é capaz de reabastecer o equilíbrio bacteriano intestinal, agindo de forma semelhante a um alimento probiótico, com a presença de bactérias consideradas boas para o bom funcionamento do corpo humano.
A forma mais comum desse procedimento ser realizado é por meio de um tubo inserido pelo nariz do paciente, de forma que chegue ao estômago do transplantado, mas há também a possibilidade de as bactérias serem depositadas diretamente no cólon ou ingeridas por meio de uma pílula.
Os benefícios do FMT ainda estão sendo debatidos pelos pesquisadores, que analisam amostras coletadas de pessoas jovens e saudáveis.
Por: O Globo