“Hormônio do amor”, ocitocina pode ter potencial de regenerar o coração, diz estudo
Descoberta poderá abrir caminhos para o desenvolvimento de estratégias para promover a regeneração do coração humano após um ataque cardíaco, segundo os cientistas
Os cardiomiócitos geralmente morrem em grande número após um ataque cardíaco. Por serem células altamente especializadas, elas não podem se refazer. Estudos anteriores mostraram que um subconjunto de células na camada de tecido externa do coração (chamada
Papel dos peixes-zebra
Os cardiomiócitos geralmente morrem em grande número após um ataque cardíaco. Por serem células altamente especializadas, elas não podem se refazer. Estudos anteriores mostraram que um subconjunto de células na camada de tecido externa do coração (chamada epicárdio) pode sofrer reprogramação para se tornarem células-tronco, chamadas células progenitoras derivadas do epicárdio, que podem regenerar
As análises mostraram ainda que essa ocitocina viaja para o epicárdio do peixe-zebra e se liga ao receptor de ocitocina, desencadeando uma cascata molecular que estimula as células locais a se expandirem e se desenvolverem células progenitoras. Esses novas células então migram para o miocárdio do peixe-zebra para se desenvolver em cardiomiócitos, vasos sanguíneos e outras células cardíacas importantes, para substituir aquelas que foram perdidas.
Efeito semelhante em culturas de tecidos humanos
Os cientistas verificaram que a ocitocina tem um efeito semelhante no tecido humano em experimentos de laboratório (in vitro). A ocitocina estimula as culturas de células-tronco pluripotentes induzidas humanas a se tornarem células progenitoras com alta capacidade.
Os autores também mostraram que a ligação entre a ocitocina e a estimulação de células progenitoras é uma via importante de sinalização conhecida por regular o crescimento, diferenciação e migração de células.
“Esses resultados mostram que é provável que a estimulação pela ocitocina da produção de células progenitoras seja evolutivamente conservada em humanos em uma extensão significativa. A ocitocina é amplamente utilizada na clínica por outras razões, portanto, reaproveitar os pacientes após danos cardíacos não é um longo passo de imaginação. Mesmo que a regeneração do coração seja apenas parcial, os benefícios para os pacientes podem ser enormes”, disse Aguirre.
O pesquisador destaca que os próximos passos incluem analisar a ocitocina em humanos após lesão cardíaca. “A oxitocina em si tem vida curta na circulação, então seus efeitos em humanos podem ser prejudicados por isso. Drogas especificamente projetadas com meia-vida mais longa ou mais potência podem ser úteis nesse cenário. No geral, ensaios pré-clínicos em animais e ensaios clínicos em humanos são necessários para avançar”, concluiu.
Por: CNN Brasil