Ibovespa fecha em forte queda e volta a perder os 110 mil pontos

Nesta segunda-feira, principal índice da bolsa de valores caiu 2,33%, a 109.114 pontos.

Ibovespa fecha em forte queda e volta a perder os 110 mil pontos
Imagem do interior da B3, Bolsa de Valores de SP — Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda nesta segunda-feira (26), diante de cautela antes das eleições presidenciais no Brasil e pressionado pelas ações do setor financeiro.

O Ibovespa recuou 2,33%, a 109.114 pontos. É a menor pontuação desde 9 de agosto, quando fechou em 108.651. Veja mais cotações.

Entre as principais perdas, o Banco do Brasil recuou mais de 4% e o Itaú, acima de 2%. Já o Bradesco teve queda abaixo de 2%, enquanto a Petrobras recuou menos de 1%.

Na sexta-feira, a bolsa fechou em queda de 2,06%, a 111.716 pontos. Com o resultado de hoje, o índice registrou queda de 2,15% na semana e de 0,19% no mês. No ano, a alta acumulada é de 4,28%.

Fonte: B3

O que está mexendo com os mercados?

Os mercados globais estão sob pressão diante do aperto monetário no exterior e das preocupações com a recessão. No âmbito internacional, investidores monitoram a volatilidade no Reino Unido, cuja moeda recuou à mínima histórica na manhã de hoje, e no restante da Europa, onde há possibilidade de recessão e as autoridades monetárias buscam combater a alta de preços.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) disse nesta segunda que está monitorando os mercados financeiros de perto e não hesitará em mexer na taxa de juros se necessário. "O banco está monitorando os desenvolvimentos nos mercados financeiros bem de perto à luz da reprecificação significativa dos ativos financeiros", disse.

"O comitê de política monetária não hesitará em alterar a taxa de juros conforme necessário para levar a inflação de volta à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo, em linha com seu mandato", acrescentou.

Já o Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a aumentar as taxas de juros de forma decisiva, pois é alto o risco de a inflação ficar estagnada em níveis acima de sua meta de 2%, disse nesta segunda o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel.

"O risco de que as expectativas de longo prazo sejam desancoradas permanece alto", disse Nagel em discurso. "Mais ações decisivas são necessárias para reduzir a taxa de inflação para 2% no médio prazo."

O BCE já elevou sua taxa básica em 125 pontos-base, para 0,75%, ritmo mais acelerado de sua história. Investidores agora esperam que sua taxa de depósito ultrapasse 3% no próximo ano, nível mais alto desde 2008, antes do auge da crise financeira global.

Na semana passada, foram anunciadas decisões sobre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil.

O Federal Reserve (Fed), o banco central americano, aumentou as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% — uma alta de 0,75 ponto percentual. Foi a quinta vez neste ano em que os juros foram elevados. A nova alta levou a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, pouco antes de o país passar por sua maior crise desde a quebra das bolsas em 1929.

Por aqui, o Banco Central decidiu manter os juros em 13,75% – mas mandou um recado claro de que, caso a inflação volte a pressionar, a Selic pode subir novamente no futuro.

Nesta segunda-feira, dados do boletim Focus, que reúne projeções de economistas do mercado financeiro, reduziram de 6% para 5,88% a estimativa de inflação para este ano. Foi a 13ª terceira queda seguida da estimativa para a inflação deste ano. Também é a primeira vez desde março deste ano que a previsão fica abaixo de 6%.

Já a previsão dos economistas dos bancos para a economia é de crescimento de 2,67% em 2022, contra os 2,65% previstos anteriormente. A projeção para o dólar para o fim de 2022 permaneceu estável em R$ 5,20. Para 2023, continuou inalterada também em R$ 5,20.

O pleito eleitoral no próximo final de semana segue sob os holofotes do mercado, em semana que ainda terá indicadores de peso, como o índice de inflação IPCA-15 de setembro e a ata da última reunião do Copom, ambos na terça-feira.

"Acho que por aqui deveremos ter uma semana travada, de olho nas eleições e indicadores importantes", disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Por: G1