Ibovespa fecha semana com alta de 1,5% com otimismo global; dólar cai forte, a R$ 4,95
Investidores reagem a dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, além do viés positivo de commodities
O Ibovespa ampliou o clima positivo e voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (2), impulsionado pela valorização de commoditites e com o otimismo global por dados do mercado dos Estados Unidos e aprovação da suspensão do teto da dívida pelo Senado.
No cenário doméstico, investidores analisaram a alta de 0,6% da produção industrial em abril, e ainda repercutiram a alta acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB), no primeiro trimestre deste ano.
O principal indicador da bolsa brasileira encerrou o pregão com alta de 1,8%, aos 112.558 pontos, o melhor patamar desde o início de fevereiro. Na semana, o Ibovespa registra alta de 1,5%.
O mesmo cenário foi visto nas principais praças do globo. Em Wall Street, o Dow Jones subiu 2,14%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,44% e a Nasdaq valorizou 1,07%.
A maior disposição ao risco levou a nova queda do dólar ante o real na sessão. A moeda norte-americana fechou com recuo firme de 1,04%, negociada R$ 4,954 na venda. No acumulado da semana, o dólar desvalorizou 0,61%.
O movimento de alta do Ibovespa foi predominado pelas empresas expostas à commodities. Entre as que mais valorizaram estavam mineradoras e siderúrgicas, que espelharam a alta de 2,9% do minério de ferro em Dalian, a US$ 107,85 a tonelada.
A Vale (VALE3) – papel com maior peso no Ibovespa – teve alta forte de 4,27%. No mesmo setor, a CSN Mineração (CMIN3) registrou valorização de 4,47%. No setor de metalurgia, destaque para CSN (CSNA3), com alta de 4,91%, e Gerdau (GGBR4), que subiu 3,25%.
O petróleo também teve forte alta na sessão, com o barril do tipo Brent encerrando com valorização de 2,49%, a US$ 76,13 na Intercontinental Exchange (ICE).
O aumento do preço levou a alta generalizada das petroleiras no Ibovespa. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 0,82%, enquanto os ordinários tiveram aumento de 1,2%. Empresas juniors também se beneficiaram. A PRIO (PRIO3) saltou 3,37%, enquanto a 3R Petroleum (RRRP3) ganhou 3,8%.
O alívio no cenário internacional reflete a aprovação no Senado norte-americano, na noite desta quinta (1º), do projeto que suspende o teto da dívida. A expectativa é que o presidente Joe Biden sancione a medida nas próximas horas.
O movimento afasta o risco de um calote da maior economia do globo, fator que mais pesou sobre os ativos no mês passado.
Em paralelo, dados do mercado de trabalho dos EUA divulgados nesta manhã deu nova força às apostas de parada na alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos próximos encontros.
Em maio, o país criou 339 mil vagas fora do setor agrícola, segundo dados do Departamento do Trabalho. Apesar de vir bastante acima da expectativa de 190 mil novos postos, a moderação nos salários indica que a política monetária restritiva já está impactando nas atividades, sugerindo um alívio no movimento contínuo de alta das taxas.
*publicado por Pedro Zanatta e Gabriel Bosa, da CNN, com informações da Reuters.