Ibovespa opera em queda após semana positiva; dólar sobe
Essa semana será de negociações reduzidas, com investidores saindo para recesso de fim de ano; na Europa e Nos Estados Unidos, bolsas estão fechadas
Na última semana do ano, o Ibovespa operava em queda de 0,54% às 10h17, aos 109.099 pontos. No mesmo horário, o dólar comercial subia 0,36%, cotado a R$ 5,185 na venda. O movimento da moeda indicava leve correção depois da forte queda da semana passada.
Essa semana será de negociações reduzidas, com investidores saindo para o recesso de fim de ano. Na Europa e Nos Estados Unidos, as bolsas estão fechadas hoje.
O Ibovespa fechou a semana passada em alta de quase 7%, com a melhora na percepção de risco local, principalmente, com a surpresa positiva da redução do prazo da PEC da Transição de dois para um ano, e após falas de Fernando Haddad e Lula.
Ainda que os dois não tenham falado nada de muito relevante, eles deram leves indicações de uma preocupação um pouco maior com o fiscal do que nas semanas anteriores. Haddad disse que quer acelerar a discussão do novo arcabouço fiscal e que não há nenhum traço de aventura ou irresponsabilidade esperado para sua gestão à frente da Economia.
Durante o anúncio dos novos ministros, Lula falou que todo mundo vai ter que apertar os cintos e que o aumento de ministérios não significa mais gastos, o que agradou os mercados.
Nesta semana, as atenções se voltam à definição do nome que vai ficar à frente do Ministério do Planejamento. André Lara Resende, um dos pais do Plano Real, teria sido convidado na semana passada e declinado. Agora, Simone Tebet aparece como principal cotada, mas resiste à indicação, segundo apuração de Gustavo Uribe, analista de política da CNN. Diante disso, Lula vai tentar convencer Tebet a ficar com a pasta.
O mercado gosta do nome de Tebet, mas a avaliação geral é de que, com Hadadd na Fazenda e nomes mais políticos do que técnicos no resto da equipe, quem quer que fique no Planejamento deve ter dificuldade de levar a gestão da economia mais para o centro.
A expectativa para a semana também é a definição da presidência da Petrobras, que deve ficar com Jean Paul Prates, o que já foi antecipado pelo mercado e, portanto, não deve impactar tanto nos preços.
Entre os destaques do dia, está o Boletim Focus, no qual a expectativa de inflação caiu para 2022, mas subiu para 2023, 2024 e 2025, devido ao aumento dos riscos fiscais, aumento soa gastos públicos com PEC, que pressiona curva de juros. Além disso, há a expectativa de maior demanda para o ano que vem, o que eleva também as chances de inflação mais alta.
Publicado por Ligia Tuon, com informações de Priscila Yazbek/ CNN