IPCA deve ter alta de até 0,6% em maio, diz economista da FGV
Segundo o especialista, inflação acumulada de 12 meses deve ter leve queda; indicador será divulgado nesta quinta-feira (9) pelo IBGE
Uma projeção feita pelo economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve ter uma alta de 0,45% a 0,6% em maio, em comparação com o mês de abril deste ano.
O indicador oficial será divulgado nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o economista, caso a projeção se concretize, a inflação acumulada em 12 meses terá uma desaceleração, e o índice ficaria em torno de 11,6%.
Como a bandeira verde entrou em vigor no dia 16 de abril, Braz afirma que a energia elétrica ainda apresentará recuos importantes, o que pode fazer com que a alta do indicador não seja tão significativa.
“A Influência para a desaceleração do índice em comparação ao mês passado é a energia elétrica e ela deve representar uma queda de cerca de 7% em função do fim da bandeira de escassez hídrica. Como o a bandeira tarifária terminou em meados de abril, 50% da queda foi representada neste mesmo mês e os outros 50% ficaram no mês de maio. Por isso que a energia elétrica aparece contendo o avanço dos preços no mês passado”, explica.
O professor da FGV aponta que, além da energia elétrica, a gasolina também deve apresentar uma variação bem mais baixa, já que o último reajuste da Petrobrás foi realizado no dia 10 de março.
A alta do indicador referente a maio, segundo Braz, será impulsionada pelos serviços, bens duráveis e os alimentos, com uma participação expressiva no índice.
“Os alimentos ainda vão aparecer como os vilões da inflação por conta das mudanças climáticas. Os serviços, como as passagens aéreas, e bens duráveis, como móveis e automóveis, tiveram alta por conta dos combustíveis e da energia elétrica”, ressalta o economista.
“Mesmo que a bandeira tarifaria tenha ajudado um pouquinho, você tem visto os reajustes acima de 20%. Então a energia continua sendo um desafio para a estrutura produtiva, e o combustível também. Isso afeta a prestação de serviços, afeta a indústria e uma parte do aumento de custos, é repassado para o preço final por isso que continua subindo”.
Por: CNN Brasil