IPCA: preços sobem 0,38% em julho, com destaque para gasolina e passagem aérea

Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses, e chega ao teto da meta. Resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro (0,35%).

IPCA: preços sobem 0,38% em julho, com destaque para gasolina e passagem aérea
Gasolina, combustível — Foto: Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,38% em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O maior impacto do mês veio do grupo Transportes, com alta de 1,82% e peso de 0,37 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Quem mais influenciou foi a gasolina, que teve alta de 3,15% no mês e impacto de 0,16 p.p. A passagem aérea subiu 19,39% em julho, e peso de 0,11 p.p. no IPCA cheio.

O resultado geral de julho também representa uma aceleração contra o mês anterior, já que o IPCA havia fechado de junho teve alta de 0,21%. Em julho de 2023, os preços haviam subido 0,12%.

Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses, e chega ao teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado do ano, a alta é de 2,87%.

O resultado de julho veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperavam aumento de 0,35% dos preços. No acumulado, era esperada uma alta de 4,47%.

Já o grupo Alimentação e bebidas apresentou deflação de 1%, além de contribuição negativa de 0,22 p.p. Foi a primeira queda do grupo em nove meses.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

  • Alimentação e bebidas: -1,00%;
  • Habitação: 0,77%;
  • Artigos de residência: 0,48%;
  • Vestuário: -0,02%;
  • Transportes: 1,82%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,22%;
  • Despesas pessoais: 0,52%;
  • Educação: 0,08%;
  • Comunicação: 0,18%.

Alimentos têm recuo de preços

A queda de 1% no grupo Alimentação e bebidas teve um papel importante de segurar o choque de preços causados pelo grupo Transportes. Segundo o IBGE, houve melhora de oferta de alimentos in natura com as safras de inverno.

"É a maior queda mensal desde agosto de 2017, quando havia caído 1,07%. Os alimentos vinham puxando as altas nos últimos meses, mas ajudaram a controlar os preços neste mês", diz André Almeida, gerente de pesquisa de IPCA.

De outubro de 2023 a junho de 2024, a alta acumulada do grupo havia sido de 6,87%. Os meses de calor já são de dificuldade com as safras de alimentos, mas houve um agravamento dos problemas por conta do fenômeno climático El Niño.

As principais quedas em julho foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). Assim, o subgrupo de Alimentação no domicílio, que engloba esses produtos, caiu 1,51% em julho, após alta de 0,47% em junho.

Já a Alimentação fora do domicílio teve resultado próximo a do mês anterior, passando de 0,37% para 0,39%. O subitem lanche acelerou de 0,39% para 0,74%, mas a refeição desacelerou de 0,34% para 0,24%.

Gasolina sobe forte

No dia 8 de julho, a Petrobras anunciou um aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. O litro da gasolina terá uma alta de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01.

O último reajuste da gasolina feito pela Petrobras havia sido em outubro de 2023, um redução. A petroleira anunciou em maio de 2023 uma mudança em sua política de preços. Desde então, a estatal não segue mais a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior.

Os valores praticados pela petroleira não são os mesmos dos postos de combustíveis. Os preços nas bombas também levam em conta os impostos e a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) faz a sondagem nas bombas e mostra que o valor médio para o consumidor passa dos R$ 6.

Fonte: G1