John Textor, dono do Botafogo, é denunciado por não apresentar provas de manipulação ao STJD
Empresário será julgado na segunda-feira, dia 15, e pode ser suspenso e ter de pagar multa
John Textor foi denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva por não apresentar as provas que diz ter sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro. O dono do Botafogo será julgado na segunda-feira, dia 15, na primeira comissão disciplinar do tribunal - ele está envolvido em outros casos no tribunal. Caso seja condenado, pode ser suspenso e pagar multa.
A Procuradoria do STJD denunciou Textor em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva:
Artigo 220-A, inciso I: Deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infrações disciplinares. Pena: multa de R$ 100 a R$ 100 mil, com fixação de prazo para cumprimento da obrigação.
Artigo 223: Deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão, resolução, transação disciplinar desportiva ou determinação da Justiça Desportiva. Pena: multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Parágrafo único. Quando o infrator for pessoa natural, a pena será de suspensão automática até que se cumpra a decisão, resolução ou determinação, além de suspensão por noventa a trezentos e sessenta dias e, na reincidência, eliminação.
Entenda o caso
No início de março, Textor concedeu entrevista na qual afirmou possuir gravações de árbitros reclamando do não recebimento de propinas prometidas e afirmou ter havido manipulação de resultados no Brasileiro dos últimos três anos (2021,2022 e 2023). A Procuradoria, então, solicitou a abertura de inquérito para apurar as afirmações.
O pedido foi acolhido pelo presidente do STJD, José Perdiz de Jesus, que determinou que Textor juntasse as provas que alega possuir no prazo de três dias. O dono da Saf Botafogo se manifestou, porém, não as apresentou.
O relator sorteado para processar o inquérito, auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva, reiterou a determinação e estipulou novo prazo para entrega, que novamente não foi cumprido. O caso foi levado ao Pleno em sessão do dia 14 de março, que por unanimidade de votos declarou a competência da Justiça Desportiva para a apuração dos fatos. Por maioria dos votos, o Pleno não referendou a suspensão automática de Textor, que agora será julgado.
Outros julgamentos
No dia 9 de abril, Texto será julgado no Pleno do STJD pelos episódios na derrota por 4 a 3 para o Palmeiras no Brasileirão do ano passado. O empresário invadiu o campo e acusou a CBF de corrupção por supostos erros da arbitragem na partida. Ele foi punido preventivamente e posteriormente absolvido no STJD. O recurso da Procuradoria, então, será analisado no dia 9.
O procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, em outra investigação, deu ao empresário um prazo de três dias para ele apresentar as provas que diz ter de que houve manipulação nos jogos Palmeiras x São Paulo de 2023 e Palmeiras x Fortaleza de 2022. Caso não as apresente, o dirigente do Botafogo corre risco de ser automaticamente suspenso até que mostre as evidências ao STJD.
Fonte: globo esporte