Líderes globais reagem à vitória contestada de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas

Líderes globais reagem à vitória contestada de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas
Nicolás Maduro e o candidato de oposição à presidência da Venezuela, Edmundo González, durante votação nas eleições do país. (Foto: Reprodução/redes sociais)

Após o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela divulgar nesta segunda-feira (29) o resultado das eleições presidenciais, líderes globais se manifestaram sobre a vitória de Nicolás Maduro, contestada pela oposição, que alega fraude.  Segundo o órgão, Maduro obteve mais de 51% dos votos, contra 44% de Edmundo González Urrutia. Confira são algumas reações:

Rússia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou Maduro pela sua reeleição, informou nesta segunda o Kremlin. “As relações russo-venezuelanas têm o caráter de uma parceria estratégica. Estou certo de que as suas atividades à frente do Estado continuarão a contribuir para o seu desenvolvimento progressivo em todas as direções”, disse Putin.

“Isto responde plenamente aos interesses dos nossos povos amigos e está em linha com a construção de uma ordem mundial mais justa e democrática. Gostaria de confirmar a nossa vontade de continuar o nosso trabalho conjunto construtivo sobre questões atuais da agenda bilateral e internacional”, acrescentou Putin.

Bolívia

O presidente da Bolívia, Luis Arce, felicitou Maduro pela “vitória eleitoral” e comemorou que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”. Arce disse que a Bolívia continuará fortalecendo os laços de amizade com a Venezuela.

Colômbia

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, disse que “é importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados” das eleições na Venezuela. “A comunidade internacional e o povo venezuelano esperam que a transparência e as garantias eleitorais prevaleçam para todos os setores. É importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados. Isto implica que os observadores internacionais apresentem as suas conclusões sobre o processo”, escreveu em um comunicado.

“Apelamos para que, o mais rapidamente possível, se proceda a contagem total dos votos, a sua verificação e a auditoria independente”, acrescentou.

Chile

O presidente chileno Gabriel Boric disse que seu governo não reconhecerá “qualquer resultado que não seja verificável”. Acrescentou que os resultados publicados pela CNE “são difíceis de acreditar”, razão pela qual exigiu “total transparência das atas de votação e do processo” e que “observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas da veracidade dos resultados”.

China

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, parabenizou Maduro por sua reeleição. “A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros que se apoiam. Este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Venezuela. A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações China-Venezuela e está disposta a trabalhar com a Venezuela para enriquecer continuamente a conotação da parceria estratégica e beneficiar melhor os povos dos dois países”, disse o porta-voz do governo Lin Jian.

Costa Rica

Em um comunicado, o governo da Costa Rica disse que não reconhece a eleição de Maduro, que chamou de “fraudulenta”. O governo de Rodrigo Chávez afirmou que trabalhará em conjunto com os “governos democráticos” do continente e organizações internacionais para garantir que a vontade do povo venezuelano seja respeitada.

Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, felicitou Maduro pela “vitória histórica” nas eleições. “Hoje, a dignidade e a coragem do povo venezuelano triunfaram sobre as pressões e manipulações”, escreveu o líder cubano. Ele acrescentou que “o povo bolivariano derrotou de forma limpa a oposição pró-imperialista de forma inequívoca”.

Espanha

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, declarou que é necessário que os registos de votação das assembleias de voto sejam apresentados para “garantir resultados totalmente verificáveis”.

Estados Unidos

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou “sérias preocupações” sobre o resultado do pleito. “Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano. É essencial que cada voto seja contado de forma justa e transparente, que as autoridades eleitorais compartilhem imediatamente informações com a oposição e os observadores independentes, sem demora, e que o as autoridades eleitorais publiquem a apuração detalhada dos votos”, declarou.

Blinken elogiou os eleitores venezuelanos pelo que chamou de “coragem e compromisso com a democracia diante da repressão”. “A comunidade internacional está observando isto muito de perto e responderá de acordo”, disse ele.

Guatemala

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, disse que o seu governo recebe os resultados emitidos pelo CNE “com muitas dúvidas”, razão pela qual solicitou que sejam recebidos relatórios das missões de observação eleitoral que “devem defender o voto dos venezuelanos”.

Honduras

O presidente de Honduras, Xiomara Castro, felicitou Maduro por sua “vitória incontestável que reafirma sua soberania”.

Peru

O ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González Olaechea, disse que seu país “não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”.

Reino Unido

“O Reino Unido não aceita a legitimidade da atual administração estabelecida por Nicolás Maduro”, afirmou o Gabinete de Relações Exteriores britânico.

Uruguai

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, disse que “não se pode reconhecer uma vitória se não confiar na forma e nos mecanismos utilizados para alcançá-la”.

Por: Jornal Sul