Lula deixa UTI e passa a ter cuidados semi-intensivos no hospital

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta da UTI nesta sexta-feira (13) após uma cirurgia intracraniana e uma complementação cirúrgica realizadas nesta semana, na unidade de São Paulo do hospital Sírio-Libanês.

Lula deixa UTI e passa a ter cuidados semi-intensivos no hospital
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Lula segue internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sob cuidados semi-intensivos. O que muda é que o monitoramento passa a ser em intervalos, e não de forma contínua, no mesmo quarto.

Presidente "segue lúcido e orientado, alimentou-se normalmente e realizou caminhada pelos corredores". O boletim médico foi publicado às 11h40 desta sexta-feira.

Alta hospitalar está prevista para o início da próxima semana. O médico cardiologista Roberto Kalil disse ontem (12) que Lula deve ter alta entre segunda (16) e terça-feira (17), quando poderá viajar de volta a Brasília.

Na noite de quinta, a equipe médica removeu de Lula um dreno intracraniano. O equipamento foi utilizado durante a embolização de uma artéria no período da manhã. O procedimento bloqueou o fluxo sanguíneo e evitou sangramentos com a ajuda de um cateter, introduzido pela artéria femoral do presidente.

A complementação foi necessária após uma cirurgia realizada às pressas na madrugada de terça (10) para drenar uma hemorragia. "O presidente teve uma dor de cabeça [após a cirurgia]. Quando se sentiu mal, ele comunicou os médicos", disse Ana Germoglio. "Nos dois dias após a cirurgia [já] foi discutido o procedimento complementar, [que] foi com sucesso", completou Kalil.

"O presidente 'está neurologicamente perfeito' e conversando", declarou Marcos Stavale, outro membro da equipe médica.

Lula despacha e recebe a família


Embora Kalil tenha recomendado que Lula não trabalhasse, o presidente despacha esporadicamente. Ele chegou a conversar na noite de ontem por telefone com o ministro Rui Costa (Casa Civil), que relatou a conversa em uma rede social. "[Lula está] Sempre muito focado e animado, pedindo atualizações do dia e de como está a pauta do governo no Congresso", escreveu.

Segundo assessores do presidente, Lula não tem qualquer gabinete e resolve apenas o indispensável. Na quarta-feira (11), ele sancionou do hospital o projeto de lei que cria o mercado de carbono no Brasil. Eletrônica, a assinatura foi registrada digitalmente. Lula, no entanto, não discutiu o projeto porque ele já havia sido tratado por ele nas semanas anteriores.

Por decisão própria, Lula não entregou o cargo ao vice-presidente. Geraldo Alckmin tem assumido apenas algumas agendas do presidente em Brasília, como a recepção ao primeiro-ministro da Eslováquia, na terça, e a condução do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, promovido pelo governo para ouvir membros da sociedade civil, na quinta (12).

"Se for necessário fazer alguma consulta ao presidente, será feita", afirmou Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais.

Lula também vem recebendo a visita da família. Desde o primeiro dia de internação, filhos e netos comparecem ao hospital para conversar com Lula, acompanhado permanentemente apenas pela primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja.

Recomendação de repouso


Kalil disse que Lula tem recomendação de repouso relativo. "Ele faz atividades físicas todos os dias. Provavelmente, o reinício dessas atividades será postergado. Ele vai continuar o acompanhamento com a equipe médica de Brasília. A orientação é de repouso relativo", disse ontem em coletiva de imprensa no Sírio-Libanês.

Segundo o médico, Lula não deve se esforçar física ou mentalmente. Também é recomendado que o presidente não trabalhe enquanto está no hospital. "Mas ele está apto a praticar qualquer atividade", disse.

Lula está comendo e conversando desde o primeiro dia de internação, informaram os médicos. "Quem trabalha com a mente nunca para. A orientação é evitar qualquer tipo de estresse, o que é impossível na posição dele. Ele está sentado, conversando e andando para lá e para cá", disse Kalil.

A hemorragia que resultou na internação ocorreu após um acidente doméstico. No dia 19 de outubro, Lula caiu no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a nuca, provocando um sangramento do cérebro.

Fonte: Uol