Moraes nega novo pedido de defesa de Bolsonaro por mais prazo de resposta
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) negou hoje mais um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para ter mais prazo para se defender da denúncia da PGR por tentativa de golpe

Ministro analisou pedido do presidente e mencionou todos os arquivos e relatórios técnicos da PF que a defesa disse que não tinha acesso. Segundo Moraes, todos os relatórios e arquivos de áudio com informações que a defesa disse que não possuía estão anexados nos processos que a defesa tem acesso. O ministro usou o certificado emitido pelo próprio STF atestando que documentos estão no processo.
Defesa de Bolsonaro insistiu em pedido para ter mais prazo para acessar todo material. O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, se encontrou ontem com Moraes no edifício-sede do STF, em Brasília.
Na decisão de hoje o ministro menciona o encontro. Ministro diz que defesa queria acesso às mídias com os diálogos entre o general da reserva Mário Fernandes e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Segundo Moraes, todo o conteúdo das conversas está transcrito em relatório da PF e também em áudios e tudo está à disposição da defesa.
Ministro ainda afirma que arquivos são os mesmos que a PGR utilizou para a denúncia. Defesa do ex-presidente fez novo pedido nesta semana para ter 83 dias para responder à acusação. Advogado considera que esse foi o tempo que a PGR teve para analisar o material da investigação e apresentar a denúncia.
Pedido de mais prazo foi negado. Na decisão, Moraes indica onde estão, no processo, todas as informações que a defesa afirma que não teria tido acesso e nega os pedidos da defesa para ter mais tempo para acessar e analisar tudo:
- mensagem de Mário Fernandes para Cid em 8 de dezembro de 2022 na qual o general afirma que teria conversado pessoalmente com Bolsonaro sobre "ações" que eles poderiam adotar até 31 de dezembro;
- conteúdo das conversas de Whatsapp encontradas pela PF nos dois celulares de Mauro Cid;
- conteúdo de conversas identificadas entre servidores que atuavam na "Abin Paralela";
- as trocas de mensagens de Whatsapp entre Bolsonaro e o investigado Maurício Pazini Brandão;
- os dados extraídos do celular da delegada da PF Marília Alencar, que atuou na estratégia de mobilizar a PRF no segundo turno das eleições de 2022
Em audiência realizada com o advogado de Jair Messias Bolsonaro, em 26 de fevereiro de 2025, no Salão Branco dessa
Suprema Corte, foi afirmado, novamente, que a Defesa não teria acesso às mídias envolvendo a comunicação entre Mário Fernandes e Mauro César Barbosa Cid
Assim, verifica-se que todos os documentos mencionados pela Defesa de Jair Messias Bolsonaro estão juntados nos autos da Pet 12.100/DF, assim como nos procedimentos relacionados, no qual foi garantido amplo acesso aos elementos de prova, inclusive a mesma prova analisada pela Procuradoria-Geral da República. -
Alexandre de Moraes, em decisão que negou pedidos da defesa de Bolsonaro
Fonte: Uol