‘Nunca fui convidada’: Marina Lima responde Gaby Amarantos sobre ausência de artistas no Rock in Rio
Gaby e Fafá de Belém criticaram falta de representação do Norte em Dia Brasil, anunciado na segunda, 29; festival disse estar em negociação com artistas de outras regiões do País
A cantora Marina Lima opinou sobre a ausência de artistas no Dia Brasil, dedicado exclusivamente a atrações nacionais, no Rock in Rio. A artista respondeu a uma postagem de Gaby Amarantos, que havia criticado, ao lado de Fafá de Belém, a falta de representação do Norte no festival nesta terça-feira, 30.
À época da crítica de Fafá, o Estadão entrou em contato com o festival, que disse estar em negociação com artistas de outras regiões do País, incluindo a Norte. “O line-up [...] ainda está em construção e em formação”, afirmou. Leia mais abaixo.
“Queridas, eu nunca sequer fui convidada para cantar lá. Que se f*** eles”, escreveu Marina no X, antigo Twitter. Gaby respondeu à postagem dizendo que “o festival leva o nome do segmento que Marina faz parte e que vários artistas do segmento dela sempre estiveram lá”.
“Não é sobre um indivíduo, e sim sobre toda uma região que sempre é invisibilizada. O nome disso é xenofobia e o buraco é mais embaixo”, completou ela, que recebeu o apoio da colega. “É sobre a falta de sensibilidade, principalmente, com vocês e trabalhos não óbvios”, disse Marina.
O Estadão voltou a entrar em contato com a assessoria do festival para um pronunciamento sobre as declarações de Marina Lima, mas ainda não obteve retorno. A organização do evento disse que vai enviar um pronunciamento sobre o assunto.
Amada, mas o festival levao nome do segmento que você faz parte e vários artistas do segmento que você faz parte sempre estiveram lá. Ñ é sobre um indivíduo e sim sobre toda uma região que sempre é invisibilizada, o nome disso é xenofobia e o buraco é mais embaixo! ???? loveú
— Gaby Amarantos (@GabyAmarantos) April 30, 2024
Na terça, Fafá de Belém fez uma publicação no Instagram criticando a ausência da região Norte no Dia Brasil, anunciado pelo festival nesta segunda-feira, 29. A data, marcada para 21 de setembro, terá 73 atrações de 14 gêneros musicais ou estilos, mas deixou artistas da região de fora.
“A Amazônia não faz parte do Brasil? A cultura amazônica, nortista, não é parte deste país?”, questionou Fafá. Ela citou nomes que poderiam estar no line-up do evento, como Dona Onete, Gaby Amarantos, Joelma e Aíla.
A artista lamentou que o maior festival de música do Brasil tenha um dia dedicado à música brasileira que “nos coloca [artistas do Norte] da porta para fora”. “Mais uma vez, nos provam que o Norte continua sendo um artigo folclórico usado como e quando querem, para uma imagem ‘cool’. Pertencimento é muito diferente do uso por conveniência. Nós aprendemos isso a duras penas, e exigimos respeito”, disse.
O Dia Brasil foi anunciado durante evento para a imprensa na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Cada ritmo ou estilo terá, no total, aproximadamente uma hora e meia de shows, e cada atração vai cantar cerca de três músicas, segundo a organização.
Nota do Rock in Rio
Em nota enviada ao Estadão na terça sobre a declaração de Fafá de Belém, o festival disse estar em negociação com artistas de diferentes regiões do País, incluindo a Norte. “[A organização] reforçou que trará novidades e surpresas até o dia da apresentação”, afirmou.
Leia a nota completa:
“O line-up do dia 21 de setembro, como anunciado durante coletiva de imprensa na tarde de ontem (29), apesar de divulgado, ainda está em construção e em formação. Artistas de outras regiões do país, entre elas a Norte, estão em negociação com a organização, que, como reforçou, trará novidades e surpresas até o dia da apresentação.
O Dia Brasil propõe um grande movimento social, de união e respeito de todos, com engajamento e direitos da música Deixa o Coração Falar, revertidos para duas causas sociais, e em parceria com o Ação da Cidadania e a Gerando Facões. O formato único dos shows deste dia, que envolve diversas colaborações inéditas entre os artistas, traz com ele desafios artísticos e logísticos significativos. Importante destacar que o Rock in Rio olha para a diversidade como um todo no line-up de todos os palcos e um exemplo disso foi o Show Para Pop, já realizado no Palco Susnet, capitaneado por Fafá de Belém com grandes nomes do Pará, e que se tornou um dos shows mais emblemáticos da história deste palco.”
Fonte: Estadão