Oiapoque pode se tornar capital nacional do petróleo
Expectativa com projeto já mexe com economia local no Amapá
São 580 quilômetros da capital do Amapá, Macapá, até o extremo norte do estado, a cidade de Oiapoque. O município com 24.263 habitantes faz fronteira internacional, com a Guiana Francesa, possui um caminho difícil até o ponto de exploração de petróleo proposto pela Petrobras. São mais de 100 quilômetros por uma estrada de terra que atravessa aldeias indígenas.
Caso a exploração aconteça, o Oiapoque deve ser irrigado com milhões de reais em royalties. O município já está acostumado a ver dinheiro, com três moedas em circulação: o real brasileiro, o euro dos guianeses e o ouro dos garimpos. E os garimpos ilegais são justamente o principal motivo de preocupação das autoridades policiais.
Uma das bases mais antigas do Exército brasileiro fica na cidade e faz operações contínuas contra os franceses. Além do garimpo, outros crimes são comuns na região.
Atividades ilegais
“A gente lida muito com a questão da migração ilegal, tráfico internacional de armas e munições”, afirma Jéssica Melo, delegada da Polícia Federal em Oiapoque. “Temos também aqui muitos crimes referentes a abuso sexual e pornografia infantil.”
A cidade também é rodeada por casos de corrupção. Recentemente, o prefeito foi afastado por suspeita de desvio financeiro envolvendo licitações. Breno Almeida, do PRTB, não quis falar com a CNN.
Mesmo diante de crimes e casos de corrupção entre gestores públicos, os moradores da região têm esperança de que a exploração proposta pela Petrobras alavanque a economia local e gere mais empregos. Prova disso é a quantidade de novos prédios já erguidos depois do anúncio do projeto, com o setor hoteleiro ganhando impulso e gerando empregos indiretos.
O empresário Oscar Gislael tem uma empresa de tecnologia e atende esses empreendimentos com fornecimento de internet. “Eu tinha três funcionários e agora já tenho 14 colaboradores”, afirma o morador de Oiapoque.
Fonte: CNN