Ômicron: subvariante XE chega ao Brasil: qual o risco de uma nova onda?
Primeiro caso de recombinação entre sublinhagens BA.1 e BA.2 foi detectado em São Paulo, mas especialistas reforçam que não é motivo para preocupação
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (7), o primeiro caso de Covid-19 provocado pela subvariante XE (recombinante das outras subvariantes BA.1 e BA.2 da Ômicron). A pasta disse que foi notificada na quarta-feira (6) pelo Instituto Butantan.
Em nota, o ministério disse que mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da Covid-19.
"Reforça a importância do esquema vacinal completo para garantir a máxima proteção contra o vírus e evitar o avanço de novas variantes no país", acrescentou, em nota.
Embora ainda sejam necessários mais estudos sobre a descoberta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que a subvariante conhecida como XE pode ser a mais infecciosa entre todas as versões já identificadas do novo coronavírus até o momento.
Desde que essa subvariante foi descoberta no Reino Unido, em meados de janeiro, mais de 700 casos já foram associados ao recombinante, segundo autoridades britânicas. Apesar de no Brasil a situação ter se estabilizado, China, Reino Unido, Alemanha e França, por exemplo, voltaram a registrar aumento de infecções causadas pela Ômicron e subvariantes.
A pesquisadora e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ester Sabino avalia que, daqui para a frente, é preciso acompanhar recombinantes ou variantes que venham da Ômicron, assim como o cenário no Reino Unido com a subvariante XE.
"Os países que ainda não tiveram a Ômicron vão ter. No entanto, com a vacinação e a infecção prévia pela Ômicron, é provável que não tenhamos grandes surtos, embora a gente precise acompanhar os números", diz.
O diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, concorda que há menos chances de a XE ser uma subvariante de preocupação.
"Diferentemente da Ômicron que chegou, por exemplo, e em semanas atingiu o planeta inteiro, hoje temos uma situação em que vemos a substituição de uma variante ou subvariante por outra. Os mecanismos de evasão e escape dos dos vírus são esses mesmos", acrescenta.
Por: R7