Ozempic: quando vai cair a patente e quanto vai custar no Brasil?

Em 2026, a patente sobre a semaglutida chega ao fim, permitindo que laboratórios comercializem medicamentos genéricos ou similares

Ozempic: quando vai cair a patente e quanto vai custar no Brasil?
Processo de embalagem do Ozempic — Foto: Charlotte de la Fuente / NYT

Em 2026, a patente sobre a semaglutida chega ao fim, permitindo que laboratórios comercializem medicamentos genéricos ou similares. A indústria brasileira, assim como a de outros países onde a exclusividade também está perto de terminar, já se movimenta para introduzir versões mais baratas do remédio no mercado – que podem estar disponíveis já daqui a dois anos e, se seguir a tendência de outros remédios no Brasil, a preços de 15% a 60% inferiores.

Mas antes mesmo de a patente expirar, os laboratórios já podem desenvolver as moléculas e realizar os estudos necessários para comprovar que tenham a mesma segurança e eficácia da original. Além disso, podem submeter o produto a agências reguladoras para uma aprovação – deixando o caminho pronto para, quando o prazo chegar ao fim, o medicamento já estar 100% apto a ser vendido.

No último dia 24 de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção e venda de dois novos medicamentos análogos de GLP-1, a mesma classe do Ozempic, pela farmacêutica EMS para o tratamento de obesidade e o controle da diabetes tipo 2.

Os laboratórios da China e da Índia, no entanto, já estão mais avançados no desenvolvimento e validação dessas moléculas em estudos. No início de abril, a chinesa Hangzhou Jiuyuan Gene Engineering submeteu às autoridades o primeiro pedido pedido de aprovação de um similar da semaglutida no país.

Já na Índia, empresas como Dr. Reddy’s, Cipla e Biocon também desenvolvem versões próprias da molécula. Em março, a Biocon recebeu o sinal verde no Reino Unido para seu genérico da liraglutida,uma substância semelhante à do Ozempic, porém mais antiga e menos eficaz. Há algumas semanas, a empresa anunciou um acordo com a brasileira Biomm para, a partir de 2026, comercializar sua versão similar da semalgutida no país.

Quanto vai custar o similar do Ozempic?

Em relação a preço, a legislação brasileira define que um genérico deve ser ao menos 35% mais barato do que o medicamento de referência – o “original”, nesse caso o Ozempic. Na prática, segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), os genéricos costumam ter um preço 60% menor no mercado brasileiro.

Em estudo publicado no periódico Economia e Sociedade neste ano, pesquisadores da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de Santa Catarina analisaram essa diferença em farmácias e drogarias do país. O trabalho confirmou que genricos costumam ser 59% mais baratos, mas apontou que os similares geralmente têm o custo 15% inferior ao remédio de referência.

Fonte: Globo.com