Papa é colocado no caixão e Vaticano anuncia causa da morte como AVC e insuficiência cardíaca irreversível

Imprensa oficial da Santa Sé anunciou mais cedo que o quadro de saúde do Pontífice, que entrou em coma horas antes de falecer, havia piorado progressivamente nos últimos dias

Papa é colocado no caixão e Vaticano anuncia causa da morte como AVC e insuficiência cardíaca irreversível
Retrato do Papa Francisco na Catedral de Westminster, em Londres — Foto: Henry Nicholls/AFP

O corpo do Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira aos 88 anos, foi colocado no caixão às 20h (15h em Brasília) na capela da residência Santa Marta, no Vaticano, onde morava desde que assumiu o trono de São Pedro, em 2013. A Santa Sé confirmou quase simultaneamente que o Papa faleceu de AVC, que o pôs em coma e levou a uma insuficiência cardíaca irreversível, após ter se registrado uma piora progressiva no quadro de saúde nos últimos dias.

Segundo o comunicado assinado pelo Dr. Andrea Arcangeli, chefe do departamento de saúde do Vaticano, o Papa também enfrentava insuficiência respiratória, pneumonia bilateral, diabetes tipo 2 e hipertensão.

A Santa Sé havia anunciado anteriormente que Francisco enfrentou nos últimos dias uma deterioração progressiva de seu estado de saúde, incluindo dois episódios de insuficiência respiratória aguda nas últimas horas de vida. O jornal italiano Corriere Della Sera havia noticiado antes da divulgação oficial que ele havia sido vítima de um AVC.

Quanto ao seu corpo, o Vaticano já havia informado anteriormente que esta etapa do processo ocorreria neste horário, com o cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja Católica, sendo o responsável por presidir o rito de certificação da morte e a colocação do corpo no caixão.

A pedido de Francisco, que simplificou as honras fúnebres, seu corpo será vestido com os respectivos paramentos litúrgicos e depositado e enterrado em um único caixão, de madeira e zinco. Contrariando uma tradição que vem desde 1903, ele será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore e não na Basílica de São Pedro.

Os preparativos para o funeral acontecem em paralelo às tratativas do conclave, a eleição do sucessor do Papa. A expectativa é de que Francisco seja enterrado entre quatro a seis dias após a sua morte (o Vaticano ainda vai divulgar o cronograma detalhado), mas o luto oficial da Igreja é de nove dias.

Ao final da cerimônia presidida pelo camerlengo na capela, ele irá redigir um documento autenticando a morte do Papa — no qual será afixado o certificado médico de óbito. Ele também fica responsável por proteger os documentos privados do Pontífice e selar seu apartamento — uma ampla seção no segundo andar da Casa Santa Marta — até a escolha do sucessor.

O Anel do Pescador — símbolo do poder papal recebido ao subir ao Trono de Pedro — é destruído, num sinal de que o reinado foi concluído.

A primeira oração pública pelo Papa Francisco começou um pouco antes, às 19h30 (14h30 de Brasília), na praça de São Pedro, com a presença de milhares de fiéis, que participaram da oração do rosário. O rito foi presidido pelo cardeal italiano Mauro Gambetti, informou a secretaria de imprensa da Santa Sé.

A morte de Francisco marca o final de um ciclo na Igreja Católica. Agora, a instituição entra em tempo de Sé Vacante — período entre 15 dias e 20 dias em que a função fica vaga — até que um sucessor seja escolhido pelo Colégio de Cardeais durante o conclave.

Fonte: Globo.com