'Pessoal, tô bem, viu? Só algumas fraturas', diz médico sobrevivente ao ataque a tiros na Barra da Tijuca; vídeo

Crime aconteceu na madrugada desta quinta-feira, na Avenida Lúcio Costa

'Pessoal, tô bem, viu? Só algumas fraturas', diz médico sobrevivente ao ataque a tiros na Barra da Tijuca; vídeo
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Médico que sobreviveu ao ataque no quiosque na Barra da Tijuca, Daniel Sonnewend Proença, de 32 anosmandou um recado do hospital onde está internado, conforme revelou a jornalista Lu Lacerda, em sua página @lulacerdaoficial, no Instagram. O ortopedista, que passou por uma cirurgia de cerca de 10 horas e se recupera bem, gravou um vídeo no qual diz: "Pessoal, eu tô bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!".

Daniel é o único médico do grupo de ortopedistas que sobreviveu ao ataque nesta quinta-feira na Barra da Tijuca. Ele passou por uma cirurgia que durou quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Ele teria levado 14 tiros, sendo dois de raspão, que provocaram 24 perfurações em seu corpo. Sonnewend teve lesões no tórax, no intestino, na pélvis, na mão, nas pernas e no pé. Dois projéteis ficaram alojados em seu corpo e um foi retirado pelos médicos, que vão encaminhar o material para a Polícia Civil, que fará uma análise. Ele continua com uma bala alojada na escápula, próximo ao ombro.

Qual o estado de saúde de médico?

O médico está estável, foi transferido para um hospital particular lúcido e respirando sem ajuda de aparelhos. Após ser baleado, ele foi socorrido ao Hospital municipal Lourenço Jorge, que fica a 10 km de onde foi atingido, e foi para a sala de cirurgia 14 minutos após dar entrada na unidade. O tempo de atendimento foi crucial para ele sobreviver ao ataque. A cirurgia teve a participação de 18 profissionais: quatro ortopedistas, quatro anestesistas, quatro cirurgiões gerais, um cirurgião vascular, dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem.

Projétil retirado de Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, será encaminhado à Polícia — Foto: ReproduçãoProjétil retirado de Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, será encaminhado à Polícia — Foto: Reprodução

Como é o procedimento de emergência?

O Lourenço Jorge possui uma "sala vermelha" dentro da sala vermelha convencional. O espaço tem equipamentos encontrados em UTIs e que permitem realizar procedimentos de emergência para traumas, em especial, o tratamento de hemorragias - uma das principais causas de morte de baleados que chegam com vida aos hospitais. Por causa da perda de sangue, durante a cirurgia o médico precisou receber transfusão. Uma das lesões mais graves foi no intestino, pois o projétil atingiu uma artéria.

Médicos assassinados levaram ao menos cinco tiros

Os médicos executados no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira, foram baleados, cada um, com cerca de cinco tiros, a maioria no peito. Eles estavam no Quiosque Naná 2, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, quando homens desceram de um carro branco na Av. Lúcio Costa, próxima à orla da praia, e efetuaram os disparos. A ação durou 25 segundos, nenhum pertence foi roubado. A Polícia Civil acredita que o crime pode ser engano, já que uma das vítimas, o ortopedista Perseu, tem aparência semelhante ao do miliciano Taillon, que mora naquela vizinhança.

De acordo com informações preliminares, os criminosos dispararam pelo menos 33 vezes contra o grupo, usando armas do tipo pistola, de 9 mm.

Quem eram os médicos assassinados?

Os médicos de São Paulo estavam no Rio para um congresso. Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, morreram ainda no local. Diego Ralf de Souza Bomfim, de 35, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP). Daniel Sonnewend Proença foi ferido e levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra.

As armas e as vítimas — Foto: Arte O GLOBOAs armas e as vítimas — Foto: Arte O GLOBO

Flávio Dino determina que PF acompanhe investigações

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações do caso "em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais". Dino prestou solidariedade a Sâmia, Glauber e parentes e afirmou ter conversado com o governador Cláudio Castro sobre a ocorrência.

"Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Secretário Executivo do MJ, Ricardo Cappelli, irá ao Rio e reunirá com a direção da PF e com o governo do estado", disse o ministro, que anunciou estar indo para a Bahia reforçar ações da pasta no estado nordestino.

Infográfico — Foto: ReproduçãoInfográfico — Foto: Reprodução

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FFonte: Globo