Pessoas que cresceram em um lar infeliz geralmente apresentam essas sete características, de acordo com a psicologia

Todas as experiências que vivenciamos durante a infância afetam nosso desenvolvimento até a vida adulta (e nem sempre é para melhor).

Pessoas que cresceram em um lar infeliz geralmente apresentam essas sete características, de acordo com a psicologia
Foto: Unsplash

Nem todos que crescem em um lar infeliz carregam exatamente os mesmos traços de personalidade ao longo da vida. Afinal, a resiliência e o apoio de pessoas fora do ciclo familiar também possuem uma grande influência nesse ponto.

No entanto, existem certos comportamentos que tendem a ser mais comuns entre adultos que passaram por essa experiência, como dificuldades em confiar nas pessoas ou uma autocrítica intensa - esses padrões são formas de nossa mente lidar com as marcas do passado.

Vamos explorar sete dessas características para entender como elas surgem e de que forma influenciam quem nos tornamos na vida adulta. Acompanhe:

Dificuldades de relacionamento

As dificuldades de relacionamento costumam ter raízes bem profundas, e uma das causas pode vir de situações que você viveu durante a infância. Quando crescemos em um lar infeliz ou instável, é possível desenvolvermos um padrão de apego inseguro. 

Esse apego, que começa no vínculo com os pais ou cuidadores, influencia muito como nos relacionamos com as pessoas ao longo da vida. Sem uma base de relacionamentos seguros dentro de casa, enfrentamos desafios em confiar, ter empatia ou nos permitir ser vulneráveis em relações na vida adulta.

Quem viveu essas dificuldades na infância pode, sem querer, repetir o mesmo ciclo em suas relações amorosas. Algumas pessoas se sentem atraídas por relacionamentos destrutivos ou parceiros emocionalmente indisponíveis, abusivos ou até narcisistas. Esse padrão é familiar, ainda que prejudicial. Por exemplo, algumas pessoas acabam assumindo o papel de “salvador” nos relacionamentos, tentando “consertar” o outro, enquanto ignoram suas próprias necessidades emocionais.

Além disso, essa dificuldade também pode se manifestar de várias formas, como medo de se envolver e criar vínculos, dificuldade em confiar, padrões de dependência emocional ou até mesmo uma forte necessidade de evitar qualquer relação romântica.

Você está emocionalmente indisponível

Isso ocorre quando uma criança é sistematicamente ignorada, diminuída ou invalidada — em outras palavras, quando não há validação emocional. É, de certa forma, um retorno ao “modo de sobrevivência”. A criança acredita, durante a infância, que o abandono emocional e a invalidação são “normais” e, como adulto, vê a intimidade emocional como uma ameaça. Segundo uma pesquisa publicada na revista Science Direct, esse padrão se correlaciona com um risco aumentado de narcisismo patológico na idade adulta.

Você não se lembra muito da sua infância

Pessoas que cresceram em ambientes disfuncionais tendem a se lembrar pouco da infância, algo que o cérebro faz como mecanismo de defesa. Ao passar por eventos traumáticos na infância, a falta de memória pode ocorrer para evitar reviver a dor novamente.

Você tem a sensação de que está faltando alguma coisa

Sabe aquela sensação de que algo está faltando, mesmo quando, aparentemente, tudo está bem? Esse sentimento é mais comum do que parece, principalmente em pessoas que, durante a infância, não tiveram modelos de relacionamento familiar saudáveis. Na prática, isso ocorre quando uma pessoa cresce sem tipos essenciais de afeto, apoio emocional ou segurança — tudo aquilo que forma a base para nos sentirmos completos na fase adulta.

Você é muito independente

Se você teve uma infância infeliz, é provável que sua independência e solidão sejam aspectos que mais lhe trazem conforto. Quando ocorre a parentificação — uma forma de trauma infantil em que há uma inversão de papéis entre o cuidador e a criança —, o pequeno é obrigado a se tornar um adulto hiperindependente como resposta aos eventos traumáticos que vivenciou.

Você tem hipersensibilidade emocional

A hipersensibilidade emocional é uma forte sensibilidade que algumas pessoas sentem diante de críticas ou de certas atitudes dos outros. Ela pode ser uma resposta intensa, tanto no nível comportamental quanto emocional ou físico, a situações sociais que geram sentimentos de rejeição, abandono e insuficiência.

Para o resto do mundo, isso pode parecer uma reação exagerada. No entanto, quando se passa a infância “andando na ponta dos pés” para não perturbar os pais ou tentando prever o humor deles, a hipersensibilidade emocional se torna parte de quem você é, podendo se manifestar como uma culpa inadequada, reações intensas ou dificuldades para lidar com as emoções.

Você tem problemas emocionais, como a ansiedade

Um estudo recente publicado na revista European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience mostrou que passar por situações traumáticas na infância — como abusos ou negligência — triplica o risco de desenvolver transtornos mentais graves na vida adulta.

Esse risco elevado ocorre porque esses traumas afetam não só o emocional, mas também a estrutura cerebral, trazendo consequências que podem se manifestar em diferentes transtornos, como ansiedade, depressão e até psicose.

É importante lembrar que, embora esses traumas tenham um impacto real, eles não precisam definir quem nos tornamos como adultos. Com o apoio de um psicólogo e, em alguns casos, de um psiquiatra, é possível ressignificar essas experiências e construir uma vida adulta tão feliz quanto desejamos.


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