Peter Navarro, o 'senhor tarifas' de Trump que Musk chamou de 'imbecil'

O economista americano, arquiteto da guerra tarifária lançada pela Casa Branca, é um seguidor fiel de Donald Trump, a quem defendeu até na prisão.

Peter Navarro, o 'senhor tarifas' de Trump que Musk chamou de 'imbecil'
Peter Navarro discursa em comício pró-Trump, em 17 de julho de 2017 — Foto: AP Photo/Paul Sancya

O economista americano Peter Navarro, arquiteto da guerra tarifária lançada pela Casa Branca e publicamente chamado de "imbecil" por Elon Musk, é um seguidor fiel de Donald Trump, a quem defendeu até na prisão.

Um dos poucos assessores do primeiro mandato do presidente republicano que ainda faz parte de seu círculo próximo, Peter Navarro contribuiu para dar forma à doutrina protecionista de Washington, especialmente em relação à China.

Em 2006, o economista, formado em Harvard, reuniu suas ideias em um livro de tom combativo chamado "The Coming China Wars" ("As Próximas Guerras da China").

Em 2011, coescreveu outro livro, "Death by China" ("Morte pela China"), em que argumenta que Pequim violava o princípio do comércio ao subsidiar ilegalmente suas exportações e manipular sua moeda.

A imprensa americana revelou que Peter Navarro, também professor emérito na Universidade da Califórnia em Irvine, citava um especialista aparentemente inventado nos livros, Ron Vara, cujo nome é um anagrama do seu.

Essas revelações foram retomadas na terça-feira por Elon Musk, furioso pelos comentários de Navarro sobre a falta de peças americanas nos automóveis Tesla, a fábrica de carros elétricos que fundou.

O homem mais rico do mundo e braço direito do presidente Donald Trump fez o comentário em um vídeo depois que Navarro disse que ele "não é um fabricante de automóveis", mas sim "um montador" que trabalha com peças importadas da Ásia.

Na prisão

Em janeiro de 2024, Navarro foi condenado a quatro meses de prisãopor se negar a responder uma intimação e fornecer documentos à comissão da Câmara de Representantes que investigava o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021.

Antes de se entregar, havia denunciado "a instrumentalização partidária do sistema judiciário" e arremeteu contra "esses malditos democratas e as pessoas que odeiam Trump".

"Me condenaram, me prenderam. Mas adivinhem! Não me quebraram. E nunca quebrarão Donald Trump", disse depois de sua libertação, em julho passado.

Filho de um pai saxofonista e uma mãe secretária, foi afiliado primeiramente ao Partido Democrata. Em 1992, se candidatou à prefeitura de San Diego (Califórnia) e perdeu por pouco contra a candidata republicana.

Em 1996, tentou ser eleito para a Câmara de Representantes, mas novamente foi derrotado por um oponente republicano.

Por: G1