Presidente Roberto Cidade apresenta PL que propõe regulamentação no uso da Inteligência Artificial no Amazonas

Presidente Roberto Cidade apresenta PL que propõe regulamentação no uso da Inteligência Artificial no Amazonas
Foto - Herick Pereira

A Inteligência Artificial (IA) tem mostrado, no decorrer dos últimos anos, o potencial que possui de impactar profundamente a economia, a sociedade e o meio ambiente. No contexto do Estado do Amazonas, a regulamentação do uso da IA é uma medida essencial para garantir que o desenvolvimento tecnológico ocorra de forma alinhada aos interesses da população local e às particularidades da região.

Diante disso, o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB), apresentou o Projeto de Lei nº 940/2024, que dispõe sobre o uso da Inteligência Artificial (IA). A medida tem o objetivo de assegurar o uso ético, seguro e em conformidade com os direitos fundamentais e a regulamentação federal.

“Esse Projeto de Lei propõe uma abordagem equilibrada, promovendo a inovação e, ao mesmo tempo, assegurando a ética, a transparência e a responsabilidade. A adoção de tecnologias de IA pode contribuir significativamente para a preservação ambiental, monitoramento de desmatamento, gestão de recursos naturais e soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável. Por outro lado, sem uma regulamentação adequada, o uso indiscriminado e não ético de IA pode agravar desigualdades sociais, ameaçar a privacidade dos cidadãos e comprometer direitos fundamentais”, declarou.

Conforme o PL, as diretrizes para o uso e desenvolvimento da Inteligência Artificial no Amazonas terão como princípios: o respeito à dignidade humana, aos direitos fundamentais e à privacidade; a promoção do desenvolvimento econômico e social sustentável; a transparência, a explicabilidade e a auditabilidade dos sistemas de IA.

A matéria propõe, ainda, normas relacionadas à prevenção de discriminações, preconceitos e violações de direitos; responsabilidade e prestação de contas pelos sistemas e decisões baseados em IA; promoção da inclusão social e acessibilidade digital; incentivo à pesquisa, inovação tecnológica e à sustentabilidade ambiental.

A proposta também prevê a criação do Comitê Estadual de Inteligência Artificial (CEIA), órgão colegiado vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (SECTI-AM), cujas atribuições serão: elaborar diretrizes e normativas sobre o uso de IA no Estado; monitorar os impactos sociais, econômicos e ambientais dos sistemas de IA; promover debates, consultas públicas e campanhas educativas sobre IA.

A proposta de Cidade estabelece que as empresas, instituições públicas e privadas que utilizam IA no Amazonas deverão informar claramente os cidadãos sobre o uso de IA em serviços e produtos; garantir a proteção de dados pessoais e sensíveis, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); adotar medidas para prevenir riscos, danos e viés discriminatório decorrentes do uso de IA.

Segundo a matéria, caberá à administração pública o estímulo à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação em IA por meio de: concessão de incentivos fiscais e financeiros a empresas e startups do setor; parcerias público-privadas e cooperação com universidades e centros de pesquisa; criação de programas de capacitação e formação profissional em IA; implementação de laboratórios e hubs de inovação no Estado; fomento a soluções de IA voltadas para o desenvolvimento da biodiversidade e sustentabilidade na região amazônica.

 “A implantação de projetos de IA no setor público deverá priorizar iniciativas que melhorem os serviços de saúde, educação, segurança pública e meio ambiente. Além disso, ao fomentar a pesquisa e o desenvolvimento em IA, o Estado do Amazonas pode se tornar um polo de inovação tecnológica, atraindo investimentos e criando oportunidades de emprego qualificado”, reforçou.