Reajuste da gasolina e do diesel passa a valer neste sábado (18)

Preço da gasolina para as distribuidoras sobe 5,18% e o do diesel aumenta 14,26%

Reajuste da gasolina e do diesel passa a valer neste sábado (18)
Reajuste no preço da gasolina ocorre após 99 dias, sendo o último aumento em 11 de março, enquanto sobre o diesel a última alteração aconteceu em 10 de maio, há 39 dias 29/05/2018REUTERS/Sergio Moraes

A partir deste sábado (18), começa a valer o reajuste no preço do diesel e da gasolina anunciado pela Petrobras na sexta-feira (17). A gasolina sobe 5,18%, enquanto o diesel 14,26%, o que impactará em um aumento de R$ 0,15 e R$ 0,63 por litro, respectivamente.

No caso da gasolina, a Petrobras afirmou que o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,96 a cada litro vendido na bomba.

Já em relação ao diesel o aumento é maior — o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

Ao considerar a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da companhia no preço ao consumidor passará de R$ 4,42, em média, para R$ 5,05 a cada litro vendido na bomba.

O reajuste no preço da gasolina ocorre após 99 dias, sendo o último aumento em 11 de março, enquanto sobre o diesel a última alteração aconteceu em 10 de maio, há 39 dias.

Repercussão

O anúncio do reajuste movimentou a sexta-feira, começando pelo mercado de ações. O Ibovespa encerrou o dia em queda de 2,9%, o que fez o principal índice da B3 ficar abaixo dos 100 mil pontos, aos 99.824,94 pontos, voltando aos níveis de novembro de 2020, com os temores de recessão global derrubando commodities, enquanto Petrobras fechou com perdas em torno de 7% – com picos de baixa de 10% ao longo do dia – também refletindo risco político após anunciar reajuste nos preços de combustíveis.

Antes mesmo do anúncio oficial da estatal, o presidente Jair Bolsonaro publicou em uma rede social que “a Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, destacando que o governo federal, enquanto acionista majoritário da empresa, é contra qualquer aumento nos preços dos combustíveis.

Bolsonaro também afirmou que vai propor uma CPI para investigar a Petrobras. “Conversei agora há pouco com o Arthur Lira [presidente da Câmara], reunido com com líderes partidários e nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho”, disse o presidente em entrevista.

Com a crise deflagrada entre a estatal e o governo federal, Francisco Petros, representante dos minoritários no Conselho de Administração da Petrobras, propôs, em carta, ser mediador da situação.

Petros sugere, de acordo com a carta obtida pela CNN, que ao longo de 45 dias funcionaria um grupo de trabalho para discutir as altas dos combustíveis, enquanto isso, a Petrobras congelaria os preços, e o governo, por sua vez, retiraria indicações ao comando da estatal.

Ainda ao longo da sexta-feira, com o reajuste no preço do diesel, o governo federal voltou a discutir a inclusão na PEC dos Combustíveis de uma espécie de auxílio para motoristas e caminhoneiros.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também enviou uma nota à imprensa em que afirma que “a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle”. Para Pacheco, o governo deve “aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população”, e que outros países já estão adotando medidas semelhantes.

Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara dos deputados, afirmou no Twitter que o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, deve “renunciar imediatamente”. “O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa – o Brasil – e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país”, publicou.

Defasagem

Segundo cálculos da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o reajuste não foi suficiente para equiparar os preços praticados no Brasil aos do mercado internacional. A defasagem no caso do diesel ainda é, em média, de 9%. Já a gasolina segue defasada em 5% na média. A conta foi divulgada no início da noite desta sexta-feira (17), e considera os preços de referência no mercado internacional ao fim do dia.

Por: CNN Brasil