Renault Sandero sai de linha no Brasil após 15 anos
Marca francesa terá uma nova estratégia com modelos mais caros e refinados, deixando a faixa de carros de entrada com o Kwid
Um dos principais nomes da Renault no mercado brasileiro, o Sandero sai de linha no país, encerrando uma história de 15 anos. O hatchback está nas lojas somente na versão S Edition com motor 1.0. Porém, no comunicado enviado à imprensa ontem sobre o lançamento do Stepway 1.0, a fabricante diz que esta nova configuração do aventureiro substitui o Sandero S Edition, indicando o fim do modelo. O carro ainda parece no site por ter unidades remanescentes no estoque das concessionárias.
O fim do Renault Sandero era esperado. Apesar da fabricante ter anunciado uma estratégia em maio de 2020, que levaria a uma nova geração tanto o Sandero quanto do Logan, compartilhando plataforma com a Nissan, o plano mudou. Em 2021, a fabricante anunciou a estratégia Renaulution e destacou que fará um reposicionamento de marca na América Latina, fazendo uma mudança para vender carros mais refinados, caros e, portanto, lucrativos.
Isto foi reiterado por Luca de Meo, CEO da fabricante francesa, em uma coletiva de imprensa feita no Brasil. Na ocasião, o executivo disse que Sandero e Logan sobreviveriam por “mais um par de anos”, seguindo o ciclo de vida de ambos. E vimos a Renault reduzir a oferta da dupla com o passar do tempo. A tão esperada versão automática CVT durou menos de dois anos na loja e encerrou as vendas em fevereiro passado, enquanto o Sandero foi reduzido para somente a configuração S Edition, dando adeus até mesmo para o esportivo Sandero RS.
Mesmo o Stepway 1.0 não deve durar muito tempo. A Renault trabalha em um novo SUV compacto, seu primeiro carro com a plataforma CMF-B a ser produzido em São José dos Pinhais (PR), com um porte semelhante ao do Fiat Pulse. Este modelo inclusive foi confirmado pela própria marca e fará a estreia do motor 1.0 turbo no país, embora não tenha uma data de lançamento definida. O projeto da nova geração do Sandero incluía um plano de trocar o nome por Clio, aproveitando a fama que teve no país e a Renault estuda usar o batismo para este utilitário.
O Renault Sandero nasceu em 2007, apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha) como parte da marca Dacia, a divisão de baixo custo da empresa. Produzido com a plataforma B0 da terceira geração do Clio, chegou ao Brasil em dezembro do mesmo ano, como uma opção acima do Clio nacional. Manteve este posicionamento mesmo quando o Clio saiu de linha, desta vez sendo uma alternativa maior e mais equipada do que o Kwid.
Ganhou sua segunda geração em 2012 na Europa, que só chegou ao país em 2014, já que o hatchback nacional havia sido reestilizado em 2011. Continuou a ter um posicionamento voltado para o custo-benefício e trouxe melhorias ao longo de sua carreira, como a chegada dos novos motores 1.0 e 1.6 SCe. O Stepway foi uma versão dentro da linha do Sandero, com uma pegada aventureira, oferecido desde 2008 , mas que passou a ser tratado como um modelo próprio em 2017 e hoje é o sobrevivente da linha do Sandero no Brasil.
Fonte: Motor1/Uol