“Se eu tivesse medo, não tinha nascido”, diz Lula sobre ameaças de morte que mobilizaram PF
Presidente discursou em evento em Parintins, no Amazonas, nesta sexta-feira (4); Polícia Federal deteve um homem e cumpriu busca e apreensão contra outro por ameaças de morte contra Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (4), que “se tivesse medo, não tinha nascido” ao comentar as ameaças de morte que recebeu de homens no Pará, que mobilizaram a Polícia Federal desde ontem.
“Vocês vão ter a notícia de que a PF prendeu um cidadão em Santarém/PA, que disse que ia me matar hoje, quando eu chegasse lá. Ele tá preso. Há boatos de que em Belém também tem um cidadão que disse que ia matar. Se eu tivesse medo, eu não tinha nascido. Se eu tivesse medo, eu não seria presidente da República. Eu aprendi com a minha mãe a não ter medo de cara feia. Cachorro que late, não morde”, afirmou o presidente em evento em Parintins, no Amazonas.
Na manhã desta sexta, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão, em Belém, no Pará, contra um suspeito de propagar ataques violentos contra Lula. De acordo com a PF, a ação “busca angariar mais elementos de convicção acerca do cometimento de crimes e evitar a possibilidade de atentado ao Presidente, posto que o suspeito atua profissionalmente como vigilante e possui porte de arma de fogo”.
Na noite de quinta-feira (3), outro homem que ameaçou dar um tiro em Lula foi detido pela PF em Santarém, também no Pará. “O homem teria dito que daria um tiro na barriga do presidente e perguntado aos presentes se sabiam onde ele se hospedaria quando fosse ao município”, informou nota da PF.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nas redes sociais, nesta quinta, que “isso não é liberdade de expressão”, e que a Polícia Federal seguirá aplicando a lei contra criminosos. “Renovo os apelos para que as pessoas protestem pacificamente e esperem a eleição de 2026”, continuou.
Relançamento do Luz para Todos
No mesmo evento, o presidente Lula assinou, nesta sexta-feira (4), um decreto para relançar o programa “Luz para Todos”, criado em seu primeiro mandato, em 2003, para ampliar o acesso da população à energia elétrica no Brasil.
Para marcar a retomada do “Luz para Todos”, foi inaugurado durante o evento o “Linhão de Tucuruí”, que permitiu a conexão ao sistema nacional de energia elétrica das cidades amazonenses de Parintins e Itacoatiara e de Juruti, no Pará.
O governo afirmou que isso proporcionou o acesso à energia por fontes limpas e renováveis. Por exemplo, antes dessa interligação, Parintins dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros de combustível por ano.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou também durante o evento a ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com a linha de transmissão Manaus-Boa Vista. O estado é o único no país isolado do sistema energético nacional.
“Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025”, informou o Planalto.
Também foi assinado um decreto para ampliar o intercâmbio energético com os países que fazem fronteira com o Brasil – o que vai permitir, por exemplo, a compra de energia da Venezuela. O país já realiza trocas desse tipo com Argentina, Uruguai e Paraguai, por meio da Usina de Itaipu.
“O decreto vai permitir realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil”, informou o ministro Silveira.
Fonte: CNN