Sem apoio de Milei, foragidos do 8/1 viram alvo da polícia na Argentina
Segundo a Folha de S.Paulo, a Argentina, antes vista como uma “rota de fuga”, agora apresenta desafios para os foragidos, que se sentem frustrados pela falta de apoio de Milei
Mais de 50 brasileiros condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 que fugiram para a Argentina estão sendo monitorados pelas autoridades locais, após uma série de mandados de prisão emitidos pela Justiça do país. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a expectativa dos foragidos era de encontrar acolhimento sob o governo do presidente Javier Milei, algo que não se concretizou até o momento.
O cenário começou a mudar em novembro, quando um juiz federal argentino expediu mandados de prisão para os condenados, com base em pedidos de extradição feitos pelo Brasil. Desde então, a polícia realizou buscas nos endereços informados por eles ao solicitar o status de refúgio. Apenas cinco foram detidos até agora e aguardam audiências que podem decidir por sua extradição ou medidas cautelares. Caso a decisão seja favorável à extradição, os condenados ainda poderão recorrer à Suprema Corte argentina.
Segundo a Folha, a Argentina, antes vista como uma “rota de fuga”, agora apresenta desafios para os foragidos. Muitos mudaram seus hábitos, evitando espaços públicos frequentados pela comunidade brasileira em Buenos Aires, enquanto outros já deixaram o país em direção ao Chile e ao Peru, de acordo com informações preliminares recebidas pelo governo brasileiro.
De acordo com o jornal, os pedidos de refúgio, baseados em alegações de perseguição política, ainda estão em análise pelo Conare (Comissão Nacional para Refugiados da Argentina). No entanto, a decisão final depende de órgãos do governo, como os Ministérios da Segurança e Relações Exteriores. Enquanto isso, o governo Milei tem mantido um posicionamento de seguir as orientações da Justiça, sem indicar qualquer interferência política no caso.
Embora haja tensões diplomáticas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei, diplomatas brasileiros acreditam que o governo argentino não adotará uma postura de apoio aos foragidos, destacou o jornal, mesmo com visitas de figuras políticas como Eduardo Bolsonaro, que recentemente esteve no país e visitou os detidos.
As primeiras audiências sobre o caso estão previstas para o início de 2025, quando as autoridades argentinas começarão a decidir sobre as extradições.
Fonte: Infomoney