Sob influência do El Niño, janeiro deve ter chuva e temperatura acima da média; veja previsão para todas as regiões

Como é típico do verão, o calor vai favorecer a umidade e a chuva em algumas regiões. No Norte, porém, a estiagem deve ser mais severa e a seca se estender a uma parte do Nordeste.

Sob influência do El Niño, janeiro deve ter chuva e temperatura acima da média; veja previsão para todas as regiões
Janeiro vai ter máximas altas com temporais — Foto: Reprodução/TV Globo

O ano de 2023 terminou com um dos mais quentes da história. Em doze meses, batemos recorde de temperaturas, tivemos secas que esvaziaram rios no Norte do país e desastres e mortes com a chuva no Sul. Agora, o que esperar de janeiro de 2024?

Segundo os meteorologistas, em janeiro o El Niño – caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico – vai atingir seu ápice e, com isso, a expectativa é de muito calor e chuva - com um verão mais quente do que o de 2023.

Em resumo:

  • O mês de janeiro vai ser de calor intenso, com temperaturas acima da média. Com destaque para os estados do Acre, Amazonas, Rondônia, região central do Pará e leste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Espírito Santo, Bahia e sul do Piauí também devem ter termômetros acima da média.
  • As chuvas de verão vão chegar em parte do país, com exceção do Norte e Nordeste que devem ter a seca agravada. A estiagem deve ser mais severa nos estados do Amazonas e Pará.
  • No Sul, a chuva que já vem castigando a região, vai continuar, mas de forma pontual sobre alguns estados. (Veja abaixo a previsão por região)

Calor acima da média e ondas de calor

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura em janeiro vai ser intensa e podemos esperar um verão mais quente que o de 2023.

A alta acontece por causa da influência do El Niño e se soma às chuvas abaixo da média em algumas regiões, como Norte e Nordeste. Sem a chuva, as máximas não baixam e o calor tende a ficar mais intenso.

O ano de 2023 foi marcado por ondas de calor e podemos esperar que elas continuem em janeiro. A onda de calor acontece quando a temperatura fica acima da média por um período de três a cinco dias seguidos. O fenômeno deve acontecer no Sudeste e na região central do Brasil.

O mapa abaixo mostra as temperaturas acima da média pelo país:

Projeção do INMET indica temperaturas acima da média para boa parte do Brasil em janeiro. — Foto: INMET

Projeção do INMET indica temperaturas acima da média para boa parte do Brasil em janeiro. — Foto: INMET

Veja como fica o tempo em cada região:

- Sul

Chuvas: Durante o mês de janeiro, as chuvas vão continuar, mas concentradas no norte e oeste do Paraná e oeste do Rio Grande do Sul. De acordo com Vinicius Lucyro, climatologista da Climatempo, nos demais estados, é prevista uma trégua.

"Isso deve ser observado em decorrência da natureza das chuvas, que passam a ser provocadas majoritariamente pela ação do calor e da alta umidade, na forma de pancadas que são mal distribuídas espacialmente", detalha o climatologista.

Temperatura: O calor se intensifica no Sul e a temperatura deve ficar acima da média esperada para o mês. As regiões do norte e oeste do Paraná, meio-oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul devem registrar calor intenso.

Em Londrina, onde a máxima para o mês fica em torno de 30ºC, os termômetros podem registar 31ºC. O mesmo deve acontecer em Criciúma, onde a média é de 29ºC e são esperados 31ºC.

Sudeste

Chuvas: O volume de chuvas aumenta na região em janeiro. Os acumulados devem ficar acima da média, principalmente, em Minas Gerais, no Espírito Santo e no norte do Rio de Janeiro.

Já no estado de São Paulo, as chuvas devem ser superiores à média em alguns pontos do oeste paulista. No restante do estado, a chuva não deve superar o volume estimado.

Temperatura: Os termômetros seguem com máximas acima da média em todo o Sudeste. Em São Paulo, a máxima média esperada para o mês, segundo o Inmet, é de 27ºC, mas, neste ano, pode chegar a 28ºC em janeiro.

O mesmo deve acontecer no Rio de Janeiro. A temperatura máxima média é 30ºC e os termômetros podem registrar até 32ºC.

Centro-Oeste

Chuvas: Ao longo do mês, as chuvas devem ser intensas em Goiás e no Distrito Federal. Já no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a previsão é que fiquem abaixo da média.

Seca: Com isso, há um alerta para o Pantanal, onde a seca deve ser mais expressiva. Em 2023, a seca agravou a temporada de fogo na região e alastrou uma queimada que devastou uma área equivalente a quase oito vezes o tamanho da capital carioca.

Temperatura: As temperaturas ficam altas e acima da média em todos os estados. Em Cuiabá, a média máxima para o mês é de 32ºC, mas os termômetros podem chegar a 34ºC. Em Campo Grande, é de 30ºC, mas, neste ano, deve chegar a 32ºC.

Nordeste

Chuvas: A previsão é de chuvas abaixo da média na região, com alerta de possibilidade de seca.

Seca: A estiagem deve ser mais severa na faixa que se estende do Maranhão ao oeste do Rio Grande do Norte e segue até a Paraíba.

Temperatura: Os termômetros devem registrar máximas acima da média em todos os estados da região. Em Salvador, onde historicamente a máxima fica em torno dos 30ºC, a temperatura deve chegar a 32ºC. Em Recife, o cenário é parecido: as máximas devem chegar a 32ºC, dois graus acima do esperado para o mês.

Norte

Chuvas: Com chuvas abaixo da média, a seca no Norte do país vai ficar mais severa.

O Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao governo federal, emitiu um alerta em sua nota técnica indicando riscos por causa da estiagem.

Em 2023, várias importantes bacias esvaziaram, atingindo desde a logística até o abastecimento na região. Além disso, a seca no estado deve impactar também o agronegócio, afetando a distribuição nacional.

Temperatura: As temperaturas continuam mais altas do que o normal, com alguns dias de calor intenso. Boa parte do mês deve ser de tempo mais abafado. Em Belém, onde a máxima para o mês é de 31ºC, os termômetros devem registar 33ºC. Em Manaus, a expectativa é a de que a temperatura chegue a 32ºC, dois graus acima da média para janeiro.

Por: G1